Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que "investiga" o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stedile, líder do movimento, indicou o livro Selva: Madeireiros, garimpeiros e corruptos na Amazônia sem lei, de Alexandre Saraiva, delegado da Polícia Federal.
"Vou te recomendar comprar esse livro, aqui é um livro depoimento do delegado da PF, Alexandre Saraiva, ele explica aqui quem faz os desmatamentos na Amazonia", afirmou Stédile em resposta a deputado federal Kim Kataguiri (UB-SP), sobre o desmatamento no Brasil.
Em dezembro de 2020, Saraiva foi responsável pela operação que apreendeu a maior quantidade de madeira ilegal da história do país – 226 mil metros cúbicos de toras avaliados em mais de 130 milhões de reais. O caso gerou um inquérito contra Ricardo Salles, atual deputado federal e relator da CPI, que à época era ministro do Meio Ambiente.
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O livro indicado por Stedile, sentado a poucos metros de Salles na sala da CPI, narra a operação. Por investigar a associação de Salles e membros do governo federal com a extração ilegal de madeira na Amazônia, Saraiva chegou a ser afastado da Polícia Federal.
A operação culminou em um inquérito que passou a investigar o envolvimento de Salles com crimes ambientais. Ato contínuo, ele foi afastado pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) da chefia do Ministério do Meio Ambiente.
Em contato com a reportagem do Brasil de Fato, Saraiva afirmou que está "à disposição para comprovar, com meu testemunho e vasta documentação, a participação de Ricardo Salles na grilagem de terras na Amazônia".
Edição: Thalita Pires