O ultraliberal Javier Milei foi o principal vencedor das Primárias Abertas, Simultâneas e Obrigatórias (PASO), ocorridas neste domingo (13/08) na Argentina.
Com mais 97% das urnas apuradas, o representante do partido A Liberdade Avança obteve 30% dos votos, superando sozinho as duas principais coalizões do país: a conservadora Juntos Pela Mudança (macrista) teve 28,3% e a governista União Pela Pátria (peronista) alcançou 27,3%.
Em seu discurso após a divulgação dos resultados definitivos, Milei atacou o que chama de “casta política” termo que utiliza há anos para se referir aos políticos dos partidos tradicionais, mas também apresentou um novo inimigo: a justiça social, considerada por ele como uma “aberração”.
“Estamos diante do fim do modelo de castas, baseado naquela atrocidade de que onde há necessidade nasce um direito, mas esquecem que alguém tem que pagar por isso. Cuja aberração máxima é a justiça social, mas esquecem que é injusto que poucos paguem”, afirmou o vencedor das primárias.
As primárias argentinas servem para definir os candidatos que representarão cada coalizão nas eleições. No caso do pleito deste ano, o primeiro turno ocorrerá no dia 22 de outubro, enquanto o segundo turno, se necessário, será em 19 de novembro.
Apesar de o partido de Milei não ter apresentado nenhum outro pré-candidato nessas primárias – portanto, ele não precisava vencer uma disputa interna, como os demais concorrentes – a votação serviu para ele como demonstração de força, um indicativo de que sua campanha tem condições de chegar à Casa Rosada.
Mesmo com um só candidato, o partido A Liberdade Avança conseguiu mais votos que as coalizões que elegeram os dois últimos presidentes da Argentina.
A governista União Pela Pátria, ligada ao atual mandatário Alberto Fernández e que reúne os diferentes setores do peronismo, teve o segundo candidato mais votado da jornada: Sergio Massa, atual ministro da Economia, com 21,4%. Porém, como coalizão, o peronismo ficou com apenas 27,3% dos votos, devido à fraca performance do seu outro candidato, o ativista social Juan Grabois que reuniu 5,9% dos votos.
A aliança conservadora Juntos Pela Mudança, representante da direita tradicional argentina, obteve 28,3% dos votos, ficando com a segunda posição na disputa entre as coalizões.
A disputa interna da direita mostrou um menor desequilíbrio: a vencedora Patricia Bullrich, ex-ministra dos governos de Mauricio Macri (2015-2019) e de Fernando de la Rúa (1999-2001), foi a mais votada do setor, com 17%, superando o prefeito de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta, que ficou com 11,3%.