Em visita ao Rio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou na última quinta-feira (10) a portaria para aumentar o número de voos no Aeroporto Internacional do Galeão. A medida atende a uma solicitação do prefeito Eduardo Paes para evitar que o Galeão continue operando com movimento muito abaixo de sua capacidade.
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No ano passado, a movimentação de passageiros no Galeão foi de apenas 5,9 milhões enquanto sua capacidade anual é de 37 milhões. Já o Aeroporto Santos Dumont, que fica na região central da cidade, registrou mais de 10 milhões de embarques e desembarques. No site da Infraero constava que o Santos Dumont tinha capacidade de atender até 9,9 milhões de passageiros por ano.
"Não era precisa ser engenheiro ou gestor para saber que não tinha sentido o Aeroporto do Galeão ficar paralisado porque as pessoas, por comodidade, preferem sair do Santos Dumont. O Galeão foi construído para ser o aeroporto internacional, a entrada de qualquer estrangeiro que quisesse vir para o Brasil", afirmou o presidente Lula.
A portaria deve ser adotada em caráter de urgência, a partir do dia 2 de janeiro de 2024, para permitir a adequação das malhas das empresas aéreas, minimizando, assim, o impacto sobre os passageiros. Ela determina a redução de voos no Santos Dumont.
Mais empregos
De acordo com a resolução, as operações no Santos Dumont devem ser planejadas observando a distância máxima de 400 quilômetros de seu destino ou origem, em aeroportos de voos domésticos.
Segundo a Infraero, serão implantadas áreas de escape na pista do aeroporto, visando a segurança operacional dos voos, levando em conta que o Santos Dumont é limitado, geograficamente, pela Baía de Guanabara.
"Uma cidade como o Rio, sem um aeroporto internacional, é uma cidade fadada a se transformar num balneário charmoso. O voo internacional só vai onde tem voo doméstico, porque assim pode se deslocar pelo país. A briga não é contra o Santos Dumont em favor do Galeão, é uma questão de equilibrar o jogo que só fez mal ao Rio de Janeiro", disse o prefeito Eduardo Paes.
Estudos feitos pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Inovação e Simplificação (SMDEIS) desde 2021 apontam que, entre 2019 e 2022, o Aeroporto Internacional Tom Jobim registrou uma queda de 58% do fluxo de passageiros, ficando em 10º lugar no ranking de movimento de passageiros, em 2022, no país.
Estimativas da Secretaria apontam que a mudança pode gerar, ao longo de 10 anos, R$ 50,6 bilhões para a economia do Estado e mais de 680 mil empregos.
Edição: Eduardo Miranda