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Alvo de bolsonaristas desde o início do governo, Paulo Teixeira será escutado na CPI do MST

Depoimento ocorre nesta quinta e a expectativa é que o ministro seja questionado sobre relação entre movimento e governo

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Ministro Paulo Teixeira recebe pressões de setores conservadores e empresariais desde sua posse - Foto: MDA

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira, será escutado nesta quinta-feira (10), a partir das 9h, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)

O autor do requerimento de convocação do ministro é o deputado Éder Mauro (PL-PA), representante do bolsonarismo na comissão. Em seu pedido, ele argumenta que houve um crescimento "desordenado" de ocupações em 2023, que quer apurar "o real propósito" e quem seriam os financiadores do movimento.

O ministro recebe pressões de setores conservadores e empresariais desde sua posse. Quando o MST ocupou a Embrapa, empresa pública federal, em 17 de abril deste ano, Teixeira foi cobrado por uma posição do governo. Após a desocupação da área, no dia 31 de julho, o ministro se manifestou.

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"Fizeram aquele protesto, mas já saíram. A feira está acontecendo, portanto, o mundo caminhou, a ansiedade deles baixou, porque foram prestadas as contas de todas as providências que vão ser adotadas", disse Teixeira.

Em outro episódio, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), braço do bolsonarismo no Congresso Nacional, pediu que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) fosse transferida do MDA, pasta chefiada por Teixeira, para o Ministério da Agricultura, onde os parlamentares possuem uma relação mais próxima com o ministro, Carlos Fávaro.

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Quando o MST se tornou alvo de uma CPI, arquitetada pela extrema direita no Congresso, Teixeira ironizou o grupo e defendeu o movimento. "Vão encontrar coisas gravíssimas. Suco de uva feito sem trabalho escravo, arroz integral, milho, soja não transgênica."

A expectativa em Brasília é que bolsonaristas forcem o discurso de aliança entre o MST e o governo federal.

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Edição: Thalita Pires