O jornal Brasil de Fato RJ foi um dos homenageados com o prêmio Heloneida Studart de Cultura da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), na última terça-feira (8). A cerimônia de entrega do diploma aconteceu no Palácio Tiradentes, sede histórica do parlamento fluminense, localizado no centro do Rio de Janeiro. A premiação reconheceu o trabalho de 109 instituições e fazedores de cultura de todo estado.
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A premiação leva o nome da escritora, feminista e defensora da cultura Heloneida Studart, que passou a vida se dedicando à defesa da democracia e dos direitos humanos. O prêmio foi criado em 2009 e é destinado a pessoas físicas, coletivos e instituições culturais do Rio.
A editora do Brasil de Fato RJ Mariana Pitasse recebe o diploma Heloneida Studart das mãos da deputada estadual Veronica Lima / Comissão de Cultura da Alerj
Neste ano, o Brasil de Fato RJ completou 10 anos de existência. O veículo de comunicação pensado para os trabalhadores e trabalhadoras foi distribuído em formato tabloide pela primeira vez no dia 1º de maio de 2013, quando um grupo de militantes de movimentos sociais e organizações políticas realizaram um antigo sonho de criar um jornal popular.
A editora do jornal, Mariana Pitasse, afirma que o prêmio é um reconhecimento de um trabalho comprometido do jornal com os trabalhadores. “Diversas composições de equipe e várias pessoas contribuíram para construção do que é o jornal hoje. A gente sabe que não é fácil circular como a gente circulou ao longo dos últimos anos, distribuir jornal gratuito nas ruas. Esse prêmio é um reconhecimento de todo o trabalho que a gente vem fazendo, então é um prêmio de todos nós e a gente está muito feliz com ele”, comemorou a jornalista.
Para o coordenador político do Brasil de Fato RJ, Rodrigo Marcelino, o recebimento do prêmio mostra que o jornal está cumprindo seus objetivos. “É difícil fazer comunicação popular, é difícil disputar ideologicamente o povo, mas ao mesmo tempo é extremamente revigorante saber que a gente está no caminho certo. Parabéns ao Brasil de Fato, parabéns a toda equipe de redação. Dez anos de esforço para seguir fazendo comunicação popular, construindo uma visão popular do Brasil e do mundo”, completa Rodrigo.
A presidente da Comissão de Cultura da Alerj, Verônica Lima (PT), esteve à frente da sessão de entrega dos prêmios e ressaltou a importância de políticas públicas para a cultura. A cerimônia lotou o plenário do Palácio Tiradentes e contemplou diversas categorias de coletivos, organizações e fazedores de cultura do estado.
Premiação lotou o plenário do Palácio Tiradentes, no centro do Rio de Janeiro / Divulgação Alerj
“Por que é tão importante falar em um sistema nacional de cultura? Porque a gente tem no Brasil o sistema nacional de educação, de saúde. Para gente ter nos lugares periféricos instrumentos de cultura, porque nós sabemos o quanto é difícil ter acesso ao cinema, teatro, uma biblioteca cheia de livros”, defendeu a deputada.
Quem foi Heloneida?
Jornalista, escritora, política, feminista e mãe de seis filhos, Heloneida Studart foi perseguida e presa na ditadura militar. Ao todo, ela exerceu seis mandatos como deputada estadual pelo MDB, pelo PSDB e pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Foi também uma das principais articuladoras do Centro da Mulher Brasileira, considerada a primeira entidade feminista do Brasil.
A atuação de Heloneida como parlamentar foi marcada pela defesa dos direitos humanos, integrando comissões especiais relativas aos direitos da mulher e aos direitos reprodutivos. Inaugurado em 2010, o Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, leva o nome em sua homenagem.
João Studart, filho da ex-deputada, prestigiou a solenidade de entrega do prêmio e lembrou da luta de sua mãe. “Cada um de vocês que está aqui sendo homenageado hoje, recebendo esse prêmio são como o sal da terra, são a luz que nós precisamos”, disse.
Edição: Clívia Mesquita