COMUNICAÇÃO POPULAR

Festival da Comunicação Sindical e Popular promove debate sobre o PL das Fake News no Rio

Evento que teve três anos de hiato na pandemia, reuniu movimentos sociais, sindicatos e veículos de comunicação

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
A repórter do Brasil de Fato RJ Jaqueline Deister foi uma das convidadas para debater o assunto, ao lado de Viviane Rosa e Adílson Cabral - Jéssica Rodrigues

Na última segunda-feira (24) aconteceu o 4º Festival da Comunicação Sindical e Popular, organizado pelo Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC). O evento que teve três anos de hiato por conta da pandemia, reuniu movimentos sociais, sindicatos, coletivos de comunicação e fotografia, além de veículos de comunicação alternativos, entre eles o Brasil de Fato, na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro, para expor suas produções.

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Além das exposições das produções de comunicação das diferentes organizações, coletivos e veículos, a programação contou com diversos debates e aulas públicas. Uma das principais rodas de conversa do dia teve como tema o “PL das Fake News: o que eu tenho a ver com isso?” e discutiu sobre a lei que pretende regulamentar plataformas digitais no país e ainda sobre o uso das redes sociais pela mídia alternativa e tradicional.

Jaqueline Deister, repórter do Brasil de Fato RJ e coordenadora da Agência Informativa Pulsar Brasil, programa da Associação Mundial de Rádios Comunitárias (Amarc Brasil), foi uma das convidadas para debater o assunto, ao lado de Viviane Rosa, jornalista e coordenadora do Intervozes, e Adílson Cabral, pesquisador e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF). Segundo Jaqueline, um dos principais desafios para os comunicadores populares é levar esse debate para a população em geral com uma linguagem acessível.

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“Eu acho que aí entra a importância da comunicação popular com o trabalho que tem dentro dos territórios, entendendo a realidade daquele lugar e como a partir disso pode levar conteúdos a ponto de explicar detalhadamente a importância de combater a desinformação”, explicou.

Para Jaqueline, a proposta precisa focar na educação midiática, já que ela compreende um conjunto de habilidades que devem ser usadas de maneira crítica no ambiente informacional e está ligada diretamente em “se relacionar com os locais para construir uma comunicação efetiva”.

Já o pesquisador Adílson Cabral contou que coordena um grupo de pesquisa sobre a emergência dos processos de comunicação popular. Ele explicou que o projeto visa trabalhar de forma multifacetada tanto em relação a academia, quanto em relação a sociedade e aos elaboradores das leis.

"Todo debate relacionado ao STF [Supremo Tribunal Federal], ao TSE [Tribunal Superior Eleitoral], nós procuramos fazer uma articulação mais próxima seja fomentando com propostas, seja promovendo fóruns e lives".

A coordenadora executiva do Intervozes, Viviane Rosa, por sua vez, disse que atualmente se tornou comum "se informar pelas redes sociais, por isso é preciso pensar se é um projeto de lei que vai resolver isso". "A gente precisa avançar no debate, não só para a regulação, que é o que o PL diz, mas também sobre quebra de monopólios digitais".

Durante a roda de conversa, outro tema debatido foi a sustentabilidade dos veículos de comunicação popular. De acordo com Jaqueline, é "mais do que necessário ampliar a articulação e o debate em cima de temas que são caros”.

“O desafio de construir esse lugar, espaço da remuneração de conteúdo para que ele não fique restrito somente as grandes empresas de comunicação tudo exige muito debate, muita união e mobilização da nossa parte para gente conseguir chegar no melhor lugar logo no início, não deixar o monstro ficar tão grande”, finaliza.

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Mariana Pitasse