Ex-bombeiro

PF prende suspeito de envolvimento na morte de Marielle Franco na manhã desta segunda (24)

O ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa já havia sido condenado por tentar obstruir as investigações em 2021

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

Ouça o áudio:

Marielle e Anderson foram assassinados em março de 2018, no Rio de Janeiro - Foto: Mídia NINJA

A Polícia Federal (PF) prendeu preventivamente, na manhã desta segunda-feira (24), o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, suspeito de envolvimento nos homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, além da tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves

Além da prisão de Corrêa, a PF, em parceria com o Ministério Público do Rio de Janeiro, cumpriu outros sete mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e região metropolitana no âmbito da Operação Élpis. 

Em maio do ano passado, Corrêa foi expulso do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro depois que foi condenado por obstruir as investigações acerca das mortes. A sentença a quatro anos de prisão em 2021 foi por ajudar a esconder armas que estavam no apartamento do policial militar reformado Ronnie Lessa. Ele cumpria a pena em regime aberto. Na sua primeira prisão, foram encontradas uma BMW modelo X6, avaliada em mais de R$ 170 mil, a despeito de seu salário mensal de R$ 6 mil. 

::Relembre fatos que ligam Bolsonaro a milicianos do caso Marielle: quem mandou matar vereadora?::

Ronnie Lessa foi acusado de ter feito os disparos que executaram a vereadora e o motorista. O ex-PM está preso desde 12 de março de 2019 com o também ex-policial militar Elcio de Queiroz, suspeito de dirigir o carro que perseguiu Marielle. Ambos respondem por duplo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emboscada e recurso que dificultou a defesa da vítima) e pela tentativa de homicídio contra Fernanda Chaves. 


Maxwell foi condenado por ajudar a esconder armas que estavam no apartamento do policial militar reformado Ronnie Lessa / Reprodução

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, irmã de Marielle, se manifestou em seu perfil no Twitter. “Falei agora por telefone com o ministro Flávio Dino e o diretor-geral da Polícia Federal sobre as novidades do caso Marielle e Anderson. Reafirmo minha confiança na condução da investigação pela PF e repito a pergunta que faço há 5 anos: quem mandou matar Marielle e por quê?”, disse Anielle. 

Em seu perfil no Twitter, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, confirmou a operação da PF. "Hoje a Polícia Federal e o Ministério Público avançaram na investigação que apura os homicídios da Vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, além da tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves", escreveu o ministro. 

::"Em um país sério não teríamos uma investigação se arrastando por 4 anos", diz mãe de Marielle::

Pelo Instagram, Marcelo Freixo (PT), amigo da vereadora e hoje presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), celebrou a prisão. "Esse é mais um passo importante para descobrir quem mandou matar Marielle Franco. Identificar os mandantes do assassinato é crucial para derrotarmos essa máfia e reconstruirmos nosso Estado. A execução de Marielle e Anderson Gomes foi um crime político, contra a democracia. E não pode ficar sem resposta", afirmou. 

Marielle e Anderson foram assassinados em março de 2018, no Rio de Janeiro. Cinco anos depois, a investigação ainda não foi concluída.  

Edição: Rodrigo Chagas