A capital russa de Moscou mais uma vez foi alvo de ataque de drones na madrugada desta segunda-feira (24). De acordo com o prefeito da cidade, Serguei Sobyanin, por volta das quatro da manhã, foram registrados "ataques de drones em dois prédios não residenciais".
Como resultado da queda do drone, o telhado de um prédio administrativo de dois andares foi destruído. Além disso, vidros foram quebrados em prédios residenciais e lojas próximas. Sobyanin prometeu ajudar os residentes a reparar os danos em seus apartamentos "o mais rápido possível".
O segundo drone atingiu um centro comercial em construção. Vidros do 17º e 18º andares foram quebrados no prédio em uma área de 50 metros quadrados. Em ambas as avenidas, o tráfego foi temporariamente bloqueado enquanto os serviços de emergência eliminaram as consequências da queda dos drones. Não houve vítimas em nenhum dos casos.
O Ministério da Defesa da Rússia disse que conseguiu interceptar os drones por meios eletrônicos e culpou a Ucrânia pelo ataque. "Na manhã de 24 de julho, uma tentativa do regime de Kiev de realizar um ataque terrorista por dois veículos aéreos não tripulados contra objetos na cidade de Moscou foi frustrada. Por meio de guerra eletrônica, dois drones ucranianos foram suprimidos e caíram", declarou a pasta.
As autoridades ucranianas não comentaram oficialmente o ataque de drones a Moscou, mas fontes da mídia ucraniana, citadas pela RBK-Ucrânia, afirmam que o ataque foi preparado pela Direção Principal de Inteligência do Ministério da Defesa ucraniano.
Ataque russo em Odessa
Na véspera, no último domingo (23), as tropas russas realizaram outro ataque na cidade ucraniana em Odessa. O comando operacional "Sul" do exército ucraniano informou que o alvo do ataque noturno de drones russos na região de Odessa era a infraestrutura portuária do Danúbio.
"Como resultado dos ataques, um hangar com grãos foi destruído, tanques para armazenamento de outro tipo de carga foram danificados, houve um incêndio em uma das instalações de produção, que foi rapidamente eliminado", diz o comunicado.
O bombardeio destruiu a maior igreja ortodoxa da cidade de Odessa, a Catedral da Transfiguração.
O Ministério da Defesa da Rússia nega que o templo tenha sido alvo do ataque russo e afirma que a catedral foi destruída devido a "ações analfabetas de operadores de defesa aérea ucranianos". O Kremlin afirma que "antimísseis" ucranianos danificaram a catedral.
Construída em 1.809, a catedral pertence à Igreja Ortodoxa Ucraniana (UOC) e é considerada um patrimônio histórico pela Unesco. Em 25 de janeiro de 2023, o Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco incluiu o centro histórico de Odessa na lista do Patrimônio Mundial em Perigo.
O processo de inclusão do centro histórico da cidade na lista do patrimônio da Unesco, segundo as autoridades ucranianas, durou cerca de 10 anos. O procedimento foi realizado de forma acelerada por conta do aumento das hostilidades na guerra da Ucrânia.
De acordo com as autoridades locais, o ataque russo a Odessa nesta madrugada foi o maior ataque ao centro histórico da cidade desde o início da guerra. A administração regional informou pelo menos 44 prédios foram danificados na cidade, entre os quais 25 são monumentos arquitetônicos.
A Unesco "condenou veementemente" o atual bombardeio, prometendo enviar uma missão à cidade para uma avaliação preliminar dos danos.
Edição: Leandro Melito