O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a pressionar o Banco Central (BC) para reduzir a taxa básica de juros, a Selic. A manifestação desta segunda-feira (17) veio horas depois de o próprio BC informar um recuo de 2% no Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado uma "prévia" dos resultados do Produto Interno Bruto (PIB), em maio, na comparação com abril.
Após deixar uma reunião no Palácio do Planalto em que foram discutidas possíveis auxílios a cooperativas de catadores de lixo, Haddad disse que a retração econômica era esperada, já que é um efeito direto dos juros em alta. Se isso não mudar, porém, os resultados podem ser ruins para a economia do país.
"A pretendida desaceleração da economia pelo Banco Central chegou forte. A gente precisa ter muita cautela com o que pode acontecer se as taxas forem mantidas na casa de 10% o juro real ao ano. Está muito pesado para a economia", pontuou. Atualmente a taxa básica de juros (Selic) está em 13,75% ao ano.
O IBC-Br é divulgado todos os meses. Antes do recuo de 2% em maio, o BC tinha apontado uma alta de 0,56% na economia em abril (sempre na comparação com o mês anterior). Nos cinco primeiros meses do ano, o índice acumula alta de 3,61%. O Banco Central não comenta os dados nem dá indícios do que motivou as variações a cada mês.
A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), órgão do BC que tem o poder de decidir sobre a taxa de juros, acontece entre os dias 1º e 2 de agosto. Será o primeiro encontro depois da chegada de dois diretores do Banco indicados por Haddad: Gabriel Galípolo (diretor de Política Monetária) e Ailton Aquino (Fiscalização). Na ata da reunião anterior, o Copom sinalizou que deve haver corte na taxa.
Com informações da Agência Brasil.
Edição: Rodrigo Chagas