O Programa de Iniciação Científica (PIC) da Prefeitura de Maricá, na região metropolitana do Rio de Janeiro, formou neste ano 48 estudantes com pesquisas em diversas áreas de conhecimento. O projeto, vinculado ao Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM) e à Secretaria de Educação, oferta bolsas de estudos para alunos e professores orientadores de pesquisas.
Leia também: Maricá, no Rio de Janeiro, inaugura maior escola em tempo integral do Brasil
As áreas de conhecimento em que se concentram as pesquisas variam entre: formação de recursos humanos e vocações territoriais; compras públicas de inovação, aspectos legais e de ambientes de inovação; tecnologia da informação e inovação social; empreendedorismo social de base tecnológica; agricultura familiar e urbana; pesca e aquicultura; agroecologia; rede básica cidadania e moeda social; saúde pública e cidadania.
Para participar do programa, é exigido do estudante que o projeto esteja de acordo com as áreas de interesse e de orientação. É necessário que o estudante também esteja cursando a partir do segundo período da graduação, que precisa ser presencial.
Entre os estudantes formados está Pedro Guerra, de 27 anos. Aluno do curso de Administração na Universidade de Vassouras, no sul do estado do Rio, Pedro foi diagnosticado aos 18 anos com epilepsia, ao descer as escadas de casa, teve uma crise convulsiva e sofreu um traumatismo craniano.
Foram quatro meses internado, sendo um em coma, sete cirurgias no crânio e sequelas graves, como hemiparesia (paralisia cerebral de um lado do corpo), dificuldades na fala e locomoção, diplopia (visão dupla) e perda de memórias recentes.
Passados 9 anos desde o acidente, Pedro Guerra conta que tanto o Passaporte Universitário quanto o PIC foram fundamentais em sua recuperação.
“Me achava incapaz de fazer uma ação dessa, como entregar um artigo, porque sentia que não tinha a mesma qualidade de antes. Os dois programas me trouxeram mais segurança. Passei por tudo isso e, hoje, concluí uma pesquisa, tenho um artigo pronto. O PIC me ajudou muito nessa questão da perda de memória recente e hoje consigo armazenar as informações. Tudo isso me treinou bastante, inclusive para ser palestrante”, contou em entrevista ao portal da Prefeitura de Maricá.
No PIC 2022, sob a orientação do professor Rogério Fernandes da Silva, Pedro Guerra entregou o projeto “A cultura como ferramenta educacional: Histórias infantis contadas para os surdos e pessoas com deficiência auditiva”, trabalho que aborda as libras.
“O que extraí dessa pesquisa é que nós precisamos ensinar libras. Trazendo esse ensino para os mais jovens, também vai apresentar outro caminho. A ideia é abrir o leque, incluir mais pessoas com deficiência auditiva à medida que você tem profissionais preparados”, destaca.
O Programa de Iniciação Científica já deu início à segunda edição e, agora, atende a 56 alunos e 14 professores orientadores.
Edição: Mariana Pitasse