A Guatemala votou no dia 25 de junho, mas os resultados não podem ser certificados, determinou a Corte Constitucional do país no sábado (1°). A corte do país da América Central de 17 milhões de habitantes acatou uma ação de nove partidos políticos e apontou que podem existir "ameaças" ao processo eleitoral que escolheu nomes para Congresso, o Parlamento Centro-Americano, prefeitos e até presidente.
Os resultados divulgados para a corrida presidencial apontaram um segundo turno entre a empresária Sandra Torres, do partido de centro-esquerda União Pela Esperança (UNE), e o sociólogo Bernardo Arévalo, do Movimento Semente, um partido que se descreve como um partido "ecologista, progressista e liberal", embora alguns analistas locais prefiram categorizá-lo como "social liberal".
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O partido de Torres e o partido do atual governo da Guatemala fazem parte da ação que impediu os resultados eleitorais de serem certificados. Bernardo Arévalo, por sua vez, criticou o judiciário e disse que "os partidos da corrupção querem roubar as eleições".
A reviravolta na eleição da Guatemala rendeu críticas da União Europeia, Organização dos Estados Americanos (OEA) e dos Estados Unidos. O governo local pediu "respeito à soberania dos Estados".
De acordo com o jornal guatemalteco La Hora, o advogado constitucionalista Edgar Ortiz diz que no momento não existem resultados oficiais das eleições e que, portanto, os nomes do segundo turno não são conhecidos. Para ele, o melhor cenário é de serem feitas audiências de instrução, os votos serem contados novamente dentro de cinco dias e que em até 15 dias denúncias sejam apuradas. O advogado diz duvidar que os nomes no segundo turno mudem, mas avalia que eleições municipais com resultados apertados podem ser alteradas.
O pior cenário, diz Ortiz, é a eleição ser arrastada por uma série de pedidos de anulação.
* Com informações de La Hora e Prensa Libre.
Edição: Nicolau Soares