buscando soluções

Conferência Dilemas da Humanidade: movimentos vão a Joanesburgo para diálogos sobre socialismo

3ª Conferência Internacional será realizada em outubro deste ano para “enfrentar as crises da humanidade"

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Membros da IPA marcharam em Caracas, Venezuela, em 2019, como parte da Assembleia Internacional dos Povos em Solidariedade com a Revolução Bolivariana e Contra o Imperialismo. - Rafael Stedile

Organizações populares, líderes, intelectuais e figuras públicas progressistas de todo o mundo devem convergir para a África do Sul ainda este ano, para “enfrentar as crises da humanidade com alternativas e soluções concretas”. A 3ª Conferência Internacional dos Dilemas da Humanidade, organizada pela Assembleia Internacional dos Povos (AIP), será realizada entre os dias 14 e 18 de outubro, em Joanesburgo.

Conforme comunicado divulgado na quarta-feira, 28 de junho, anunciando a próxima conferência, movimentos de todo o mundo iniciaram o processo de diálogo e coordenação para o próximo evento, que pretende “debater e criar consensos que levem a uma plataforma comum para reflexão e ação”.

Algumas das figuras proeminentes que participarão da conferência incluem Leila Khaled, ativista pela liberdade palestina e membra da Frente Popular de Libertação da Palestina (PFLP), João Pedro Stedile, economista e líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Brasil , Thomas Isaac, economista e dirigente do Partido Comunista da Índia (Marxista) (CPI(M))), e Daniel Jadue, prefeito de Recoleta e membro do Partido Comunista do Chile (PCCh).

A conferência também contará com representantes de vários movimentos sociais e grupos políticos progressistas, incluindo o Sindicato Nacional dos Metalúrgicos da África do Sul (NUMSA), MST, Movimento Socialista de Gana, Abahlali baseMjondolo (AbM) e Partido do Socialismo e Libertação (PSL) dos Estados Unidos.

A importante conferência foi projetada com a intenção de fazer com que os movimentos populares “debatam e discutam não apenas as crises geradas pelo capitalismo que as pessoas em todo o mundo enfrentam hoje, mas também as soluções que movimentos, governos e trabalhadores estão construindo juntos para superarem esse sistema.”

A nota conceitual sobre a conferência afirma que o evento é organizado com o objetivo de “debater e criar consensos que levem a uma plataforma comum de reflexão e ação”. As duas últimas conferências Dilemas da Humanidade desempenharam um papel significativo ao reunir movimentos sociais e grupos políticos de esquerda em solidariedade e para diálogos internacionalistas.

O evento de cinco dias também será realizado após as conferências regionais em Tunis, Katmandu, Santiago, Atlanta e Joanesburgo, em uma tentativa de “sintetizar as experiências e reflexões de cada continente para trazer para a conferência internacional”. A conferência incluirá múltiplas discussões plenárias sobre temas mais amplos e será aberta ao público e transmitida ao vivo em diferentes plataformas.

Alguns dos temas mais amplos de discussão da conferência incluem a construção do socialismo hoje, a organização da classe trabalhadora, a democracia popular e o anti-imperialismo e a soberania nacional.

A Primeira Conferência Internacional dos Dilemas da Humanidade foi organizada pelo MST e realizada no Rio de Janeiro, Brasil, em 2004, um esforço sem precedentes para discutir “os dilemas da humanidade” entre setores e movimentos.

A Segunda Conferência Internacional dos Dilemas da Humanidade, realizada em São Paulo, Brasil, em 2015, formou uma estrutura internacional para “definir estratégias comuns levantadas por movimentos populares e organizações políticas em todo o mundo”, o que acabou levando à criação da Assembleia Internacional dos Povos.

A AIP é uma coalizão internacionalista única de mais de 200 organizações populares, incluindo movimentos sociais, partidos políticos, sindicatos e plataformas de mídia de todo o mundo.

Irvin Jim, secretário-geral da NUMSA, organização anfitriã da conferência, afirma que “se aprofundarão na discussão para refletir sobre o fato de que o capitalismo como sistema não tem soluções para os problemas que confrontam a humanidade”.

“Temos o dever histórico de mais uma vez fazer de tudo para elevar os níveis de consciência, aprendendo com a classe trabalhadora, para desencadear essa crença consistente de que outro mundo é possível e de que o socialismo é o futuro que devemos continuar a construir,” acrescenta Jim, destacando o objetivo central da próxima conferência.