O Palácio do Planalto teve casa cheia nesta quarta-feira (28) para o lançamento do Plano Safra de Agricultura Familiar. Representantes de movimentos populares que compareceram à cerimônia celebraram o investimento superior a R$ 70 bilhões para fortalecer as atividades de pequenos agricultores e revelam boas expectativas para o futuro próximo.
"O sentimento geral da companheirada que estava hoje no lançamento era esse: de poder se encontrar e se reencontrar com projeções de esperança", disse ao Brasil de Fato a integrante da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Ceres Hadich.
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Para o MST, os investimentos recordes representam uma retomada. Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), entre 2019 e 2022, o setor foi completamente enfraquecido devido à falta de incentivos.
"É uma retomada não só política, mas também orçamentária. Esse é o maior anúncio de todo o ciclo histórico dos Planos Safra para a agricultura familiar. Entendemos que, apesar de ser grande, também vem nesse movimento de reconstrução e de retomada", complementou Hadich.
O movimento entende que o anúncio desta quarta é relevante, mas representa o início de uma longa caminhada. Com 400 mil famílias assentadas pelo país, o MST aguarda com ansiedade os próximos passos da política agrária do atual governo.
"É fundamental a gente seguir fortalecendo a agricultura familiar camponesa, especialmente essa agricultura que veio resistindo nos últimos anos de maneira organizada para poder superar esse momento difícil, de crise, de desabono à agricultura, desabono à produção de comida no Brasil e que nos trouxe esse quadro tão grave, de agravamento da fome no nosso país", complementou Hadich.
Uma das representantes da Articulação Nacional de Agroecologia que compareceram ao lançamento desta quarta, Verônica Santana destacou que o momento foi simbólico devido à representatividade.
"Muitos agricultores e muitas agricultoras de várias partes do Brasil lotando aqui o Palácio mostrando que o MDA [Ministério do Desenvolvimento Agrário] voltou, o governo Lula voltou. Nós agricultores e agricultoras familiares camponeses, quilombolas, indígenas, de todo o país, estamos voltando a incidir e a fazer parte do governo", relatou.
Para Santana, o Plano Safra cumpre papel relevante na reestruturação de políticas de superação da fome e na perspectiva de produção de alimentos saudáveis, de base agroecológica. Outras iniciativas são bem vindas.
"Sem esses conjuntos de políticas, sem financiamento para agricultura familiar, não é possível a gente vencer a questão da segurança alimentar e também do aumento da renda da famílias que vivem no campo", apontou.
Edição: Nicolau Soares