O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vai ser ouvido pela Polícia Federal (PF) em investigação sobre plano golpista que foi divulgado pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES) e do qual também faria parte o ex-deputado federal Daniel Silveira (sem partido). A data do depoimento ainda não foi marcada.
O Supremo Tribunal Federal (STF), em despacho assinado pelo ministro Alexandre de Moraes, determinou que Bolsonaro e Silveira devem ser ouvidos para esclarecimentos sobre as supostas tratativas de golpe de estado.
Na última quinta-feira (15), a PF foi a endereços ligados a Marcos do Val em Brasília (DF) e Vitória (ES) para cumprir mandados de busca e apreensão. A investigação sobre o caso foi aberta em fevereiro, logo após a denúncia do senador.
Na ocasião, Marcos do Val concedeu entrevista à revista Veja na qual dizia que foi convidado por Silveira a participar de um plano que envolvia Bolsonaro e que contava com gravações de conversas com o próprio Alexandre de Moraes. Antes mesmo da publicação da reportagem o senador contou a história nas redes sociais.
Menos de 24 horas após a denúncia, que foi feita com um anúncio de retirada da política, do Val se desmentiu e mudou a versão da história contada, tentando tirar a responsabilidade de Bolsonaro sobre o plano. Além disso, disse que cumpriria o mandato.
Depoimentos viraram rotina para Bolsonaro
Desde que voltou ao Brasil, em 30 de março (três meses após deixar o país antes mesmo do fim de seu mandato na presidência), Bolsonaro teve de se habituar a uma rotina de depoimentos à PF. Este, quando agendado, será o quarto.
No dia 5 de abril, menos de uma semana após o retorno ao país, ele foi (tentar) se explicar sobre o caso das joias milionárias dadas pelo governo da Arábia Saudita e que ele e sua esposa, Michelle, supostamente tentaram guardar como objetos pessoais.
Ainda em abril, no dia 26, ele voltou a ser ouvido pelos policiais federais, desta vez no inquérito sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. Na ocasião, disse que estava sob efeito de remédios quando fez uma postagem incentivando o golpe.
O terceiro depoimento aconteceu no último dia 16 de maio. O ex-presidente foi à PF para falar sobre o possível envolvimento em um esquema de fraudes em cartões de vacinação.
Edição: Rodrigo Durão Coelho