O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estreiou nessa terça-feira (13) sua participação em uma live promovida pela própria comunicação do governo. O jornalista Marcos Uchôa foi o responsável por conduzir a conversa, que se concentrou principalmente em feitos da gestão até o momento e sinalizações sobre os próximos passos.
O petista afirmou estar "satisfeito" com o primeiro semestre de governo. "Nós trabalhamos mais do que em qualquer outro momento da nossa história porque nós encontramos um país destruído, então era preciso reconstruir. Por isso eu estou satisfeito", disse, logo no início da conversa.
Leia também: Lula enfrenta dilemas e possíveis trocas de ministros para blindar agenda ambiental na Câmara
Lula destacou inicialmente o aumento do salário mínimo e a correção da tabela do Imposto de Renda, apontando que deseja manter as duas ações até o término deste mandato. "Daqui para frente todo ano o salário mínimo vai ter aumento real. A gente resolveu aumentar a [faixa de isenção na] tabela do Imposto de Renda para R$ 2.640. A gente quer chegar a R$ 5.000 no final do meu mandato", assegurou.
Lula também reforçou a iniciativa em curso de implementação do Desenrola, um programa que busca apoiar a renegociação de dívidas dos cidadãos junto a bancos e outras instituições. "Nós estamos preocupados em encontrar uma saída para 72 milhões de brasileiros e brasileiras que devem devem e estão com nome sujo no Serasa. Nós prometemos na campanha e nós vamos garantir isso para o povo."
Na visão de Lula, a renegociação de dívidas se insere em uma visão mais ampla que tem como objetivo ampliar e estabilizar o poder de consumo da maioria da população brasileira - o que, afirmou, garantirá que a economia brasileira cresça mais do que as previsões do mercado financeiro e de instituições internacionais. "Quando o dinheiro começa a circular, as pessoas começam a comprar e as coisas começam a acontecer", sintetizou.
:: Bancos reveem expectativas e já estimam crescimento do PIB acima de 2% em 2023 ::
Também em relação a futuras ações, adiantou que o Plano Safra deve ser anunciado em breve "tanto para a agricultura familiar quanto para o agronegócio. Eles vão perceber que da parte do governo não há nenhuma objeção a eles. O que nós queremos é que todos produzam, cresçam e que o Brasil cresça junto".
Uma outra questão abordada pelo presidente foi a negociação com a União Europeia para um acordo comercial. O chefe do Executivo reforçou que não deve aceitar qualquer parceria que impeça a inclusão em contratos públicos de cláusulas de preferência para a produção nacional. "Eu quero fazer um acordo. Eu quero fazer até o final do ano. Nós não aceitamos colocar compras governamentais em acordo, porque senão a gente mata pequena e média empresa brasileira", explicou.
:: Parcerias não devem prever sanções, diz Lula ao lado de líder da Comissão Europeia ::
Lula confirmou que deve visitar o presidente da Itália e o papa Francisco para, logo após, participar de um debate econômico na capital francesa, Paris.
Ao final da live, Uchôa e Lula indicaram que o formato deve se repetir semanalmente. Veja um trecho da conversa:
"Nós vamos continuar fazendo reforma agrária"
— Brasil de Fato (@brasildefato) June 13, 2023
Lula estreou sua live semanal que deve acontecer toda terça e falou sobre a relação com o MST. O presidente disse que, com os dados do Incra de terras improdutivas no Brasil, o governo vai continuar fazendo reforma agrária. pic.twitter.com/FE0cv19NvF
Edição: Nicolau Soares