A Ação da Cidadania, ONG de combate à fome no país, inaugurou no último dia 26 de maio hortas comunitárias em sua área de agroecologia. O objetivo é que o local contribua para conscientização da importância da alimentação saudável, por meio da capacitação de pessoas para construírem hortas em espaços ociosos em suas casas e comunidades. Assim, além de garantir alimentos sustentáveis também pode se tornar uma fonte de renda.
As hortas receberam o nome de duas dirigentes que estão na Ação da Cidadania desde sua fundação: Terezinha Mendes, em referência à histórica líder do comitê Ponto Chic, de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e Vasti de Macedo, homenageando a matriarca que está à frente do comitê Lar de Vasti, de Duque de Caxias, também na Baixada.
A coordenadora de agroecologia da Ação da Cidadania, Joana Duboc, explica que a agricultura com perspectiva ecológica promove espaços de interação e formação em que é possível produzir alimentos e preservar a natureza ao mesmo tempo.
“A gente pode entender que a agroecologia precisa ser acessível para todos, então alimentos seguros e saudáveis podem estar na mesa de todo mundo, principalmente as pessoas em situação de vulnerabilidade”, afirma Duboc.
A área agroecológica também fez parceria com uma creche no entorno de sua sede. Com isso, uma vez por semana as crianças podem visitar o local e aprender a partir da experiência com as hortas. O projeto ainda está no início e pretende expandir para outras instituições de ensino.
“Aqui, as crianças entendem de onde vem o alimento, como ele é produzido, quando a gente fala de horta o que isso quer dizer, o que precisa para ter uma horta, mas também como o alimento chega, a semente, a muda, a colheita, o cultivo, o que a planta precisa para produzir”, conta Joana.
Coordenadora de projetos da Ação da Cidadania, Julia Schuback conta que a área de agroecologia foi desenvolvida para também apoiar outros projetos da ONG, como a Cozinha Solidária, uma iniciativa que prepara e entrega refeições prontas para pessoas em situação de vulnerabilidade social e produz diariamente mil quentinhas.
“Apesar de as hortas estarem localizadas na nossa sede, no Rio, o projeto visa ter um impacto nacional, com espaços que sejam referência no cultivo agroecológico em áreas urbanas e sirvam de inspiração para que outras organizações possam replicar essas técnicas de manejo nos seus territórios e realidades. Além de cultivar e distribuir alimentos para outros projetos aqui na área, inclusive a cozinha solidária, o objetivo é também compartilhar conhecimento e servir de inspiração”, explica.
A iniciativa em ação
Claudia Queiroga é moradora da Favela da Galinha, no bairro Engenho da Rainha, na zona norte do Rio. Ela participou do projeto “Quintais em Ação”, uma das iniciativas da área agroecológica da Ação da Cidadania, e conta que a experiência permitiu a ela passar o conhecimento adiante.
“Fiz uma parceria com a Clínica da Família de perto da minha casa, que já tinha uma horta que era usada para hortaterapia, e aí eu falei: ‘O que ganhei e o que aprendi com a Ação da Cidadania posso partilhar com essas pessoas’”, diz Claudia.
Claudia também faz parte de um projeto na comunidade que distribui quentinhas para crianças. Ela aproveitou e juntou as duas iniciativas e agora leva as crianças para conhecerem e aprenderem com a horta.
“Eu queria levar para eles saberem que a comida não brota no prato, que ela vem de algum lugar, muitos não sabem como o alimento nasce. Eles acham que tudo vem do mercado. A Ação da Cidadania me deu a oportunidade de botar a mão na terra e entender como incluir as crianças nessa minha ação”, finalizou.
A Ação da Cidadania busca novas parcerias para apoiar seus projetos e continuar o trabalho de combate à fome e de iniciativas que garantam alimentação saudável para quem precisa. Qualquer pessoa pode doar e as informações completas estão no site da ONG.
Edição: Eduardo Miranda