O Ministério da Defesa da Rússia anunciou na noite do último domingo (4) que as Forças Armadas da Ucrânia iniciaram uma "ofensiva em larga escala" com a intensificação dos combates nas regiões de Donetsk e Zaporozhye. Ambas as regiões ucranianas foram anexadas pela Rússia em outubro de 2022.
De acordo com porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, Igor Konashenkov, o início da contra-ofensiva ucraniana estaria acontecendo de uma só vez em cinco setores da linha de frente. Foi relatado que a operação envolveu no total "seis batalhões mecanizados e dois batalhões de tanques".
O porta-voz alega, no entanto, que a Rússia conseguiu repelir a ofensiva e que "o inimigo não alcançou seus objetivos". Segundo Konashenkov, as perdas das Forças Armadas da Ucrânia teriam chegado a 250 pessoas, e o chefe do Estado-Maior, Valery Gerasimov, supervisionou pessoalmente as ações dos militares na linha de frente.
Por outro lado, o chefe do grupo "Wagner", Yevgueny Prigozhin, que lidera o batalhão russo de mercenários, bem como alguns especialistas militares pró-Kremlin, relataram que as forças ucranianas conseguiram avanços em alguns pontos.
As Forças Armadas da Ucrânia não confirmaram oficialmente o início da contraofensiva, classificando o anúncio da Rússia de "operação psicológica de informação".
"Para desmoralizar os ucranianos e enganar a comunidade (incluindo sua própria população), os propagandistas russos espalharão informações falsas sobre a contraofensiva, suas direções e as perdas do exército ucraniano. Mesmo que não haja contraofensiva", diz o comunicado do Departamento de Comunicações Estratégicas das Forças Armadas da Ucrânia.
Já o Instituto Americano para o Estudos da Guerra (ISW), em seu último relatório, aponta que, em 4 de junho, as forças ucranianas realizaram ataques terrestres localizados e obtiveram sucesso tático limitado na parte ocidental da região de Donetsk e na parte oriental da região de Zaporozhye.
Grupo paramilitar russo pró-Ucrânia alega ter capturado soldados russos
O grupo paramilitar "Corpo de Voluntários Russos", formado por cidadãos russos que lutam ao lado da Ucrânia na guerra, anunciou que teria capturado vários soldados durante uma incursão na fronteira no sul da Rússia e que os entregará às autoridades ucranianas.
A informação foi publicada através de comunicado em vídeo no Telegram no último domingo (4), após uma incursão na região russa de Belgorod. As imagens mostram vários homens, supostamente soldados russos, mantidos em cativeiro.
"Já decidimos o destino desses caras. Eles serão transferidos para o lado ucraniano para o procedimento de troca", disse o interlocutor do grupo no vídeo.
Esta organização, junto com o grupo "Legião da Liberdade da Rússia", tem ganhado notoriedade ao reivindicar incursões no território russo, mais precisamente na fronteira com a Ucrânia.
Kiev não reconhece oficialmente a participação nas operações destes grupos paramilitares, mas autoridades ucranianas têm declarado que a atividade dessas organizações é uma consequência da invasão da Rússia ao país vizinho.
Edição: Patrícia de Matos