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Otan pede que Turquia retire veto à candidatura da Suécia

Governo de Erdogan vem bloqueando há um ano entrada da Suécia na aliança militar

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O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, foi para a Turquia acompanhar a posse de Erdogan - Presidência da Turquia / AFP

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, fez um apelo neste domingo (04/06) ao presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, para que seu governo retire o veto à candidatura da Suécia à aliança militar, afirmando que Estocolmo cumpriu as exigências de Ancara.

A Turquia vem bloqueando há 13 meses a entrada da Suécia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), alegando que considera o país muito benevolente com os ativistas curdos que abriga em seu território, pessoas que Erdogan classifica como "terroristas".

"A Suécia adotou medidas concretas e significativas para responder às preocupações da Turquia", disse Stoltenberg antes de uma reunião com Erdogan, que tomou posse no sábado para seu terceiro mandato presidencial.

O norueguês Stoltenberg enfatizou que chegou o "momento" de confirmar a adesão sueca, antes da reunião de cúpula da Otan programada para os dias 11 e 12 de julho na Lituânia.

"O acesso da Suécia à Otan reforçará sua segurança, mas também tornará a Turquia mais forte", acrescentou Stoltenberg, que espera "finalizar a adesão da Suécia o mais rápido possível".

A reunião com Erdogan, em Istambul, foi "produtiva", de acordo com Stoltenberg. O encontro teve a presença do novo ministro das Relações Exteriores e ex-diretor do serviço secreto turco, Hakan Fidan.

A Turquia e a Hungria são os únicos entre os 31 países-membros da Otan que ainda não ratificaram a adesão da Suécia à aliança.

A Suécia tinha o objetivo de entrar para a Otan ao mesmo tempo que a Finlândia, que se tornou o 31º membro da organização em 4 de abril.

Com a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, os dois países nórdicos decidiram abandonar a tradicional posição de neutralidade.

Em resposta a uma exigência de Ancara, o Parlamento sueco aprovou recentemente uma nova lei que proíbe, desde 1º de junho, atividades vinculadas a grupos extremistas, o que reforçou a legislação antiterrorista do país.

O chanceler sueco Tobias Billström destacou na ocasião que o país cumpre "todas as condições" para que as últimas objeções à entrada do país na Otan sejam retiradas.

"A Suécia cumpriu com suas obrigações", insistiu o secretário-geral da Otan, que compareceu à cerimônia de posse de Erdogan ao lado de dezenas de líderes de todo o mundo.