Rio de Janeiro

DIA DO MEIO AMBIENTE

No Rio, iniciativa leva educação ambiental a moradores para reflorestar o Morro da Formiga

Formiga Verde chega à sua reta final tendo plantado mais de 2 mil espécies de árvores nativas da Mata Atlântica

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
reflorestamento
Mais do que reflorestar região, projeto possibilita que, num futuro próximo, frutos das árvores sejam parte da alimentação dos moradores da região - Divulgação

Desde o começo de 2022 o Morro da Formiga, na zona norte do Rio de Janeiro, recebe uma ação que vem movimentando e colorindo a vida local. Visando promover a educação ambiental através de muito diálogo, olhar atento e mão na terra, o projeto Formiga Verde foi criado e desenvolvido na região, fruto de uma ideia do Instituto Permacultura Lab (IPL) em parceria com o Coletivo FormigAção e com o Espaço Formiga Verde.

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Contemplado pelo edital de Responsabilidade SocioAmbiental da Eletrobrás, o projeto, que germinou três anos antes, ganhou força para brotar e se firmar através de três eixos principais de atuação – Infâncias, voltado para crianças de uma escola pública local; Comunidade, abarcando os moradores da região; e Meio Ambiente.

Deste último eixo, até Junho de 2023 o projeto encerra o ciclo de Reflorestamento, através do qual terão sido plantadas no território 2 mil mudas de árvores nativas e frutíferas da Mata Atlântica como Ipês, Grumixama, Pau-Formiga, Araçá, Jatobá, Aldrago, Araribá, Embaúba e Aroeira, além de canteiros comestíveis com pés de frutas como Limão Bravo, Cajá Mirim, Jenipapo, Jabuticaba, Pitanga e Goiaba.

Mais do que reflorestar a região, o projeto ainda possibilita que, num futuro próximo, os frutos dessas árvores sejam parte da alimentação dos moradores da região.

Unindo conservação ambiental e impacto social positivo na comunidade, que faz fronteira com o Parque Nacional da Tijuca, o projeto tem como objetivo principal fomentar a conservação ambiental e a maximização dos serviços ecossistêmicos através de ações de educação ambiental e reflorestamento, articuladas com os aparelhos de educação e meio ambiente do território.

As atividades desenvolvidas atuam sobre problemas socioambientais locais, trazendo soluções ecológicas e contextualizadas para os mesmos.

Ação em colaboração

Desde a implementação do projeto já foram atendidas 11 turmas em dois turnos, abarcando uma média de 250 crianças e ainda idosos e mães com filhos. Foram realizados também mutirões de limpeza em terrenos abandonados, criando viveiros de mudas, canteiros comestíveis e a construção de um banheiro seco.

Aulas com assuntos pertinentes à agroecologia também foram oferecidas, colaborando com a formação de três agentes ambientais remunerados, todos oriundos da comunidade, que agora agem, dentre outras coisas, em prol da preservação da natureza em sua região.

“O IPL atua no espaço desde 2018, quando participou do mapeamento da área reflorestada organizado pela Unirio e integrou, assim, a rede de parceiros da Formiga. Ao longo de 2020 e 2021, em uma parceria de muitas mãos dadas, compartilhamos saberes sobre a educação ambiental nas infâncias e como manifestá-la de maneira transversal com a equipe e crianças da Escola Municipal Jornalista Brito Broca”, pontua Aurea França, coordenadora pedagógica do eixo.

Reconhecida como uma importante área de conservação para fauna e flora, a comunidade da Formiga sofre com deslizamentos de terra na época de chuvas. Dentre as soluções socioambientais propostas pelo projeto estão a segurança alimentar, gestão de resíduos sólidos orgânicos e prevenção de deslizamentos por meio da implantação de tecnologias sociais e reflorestamento utilizando espécies florestais e frutíferas nativas da Mata Atlântica.

A técnica integra benefícios como fixação do solo e a produção de alimentos de qualidade, garantindo assim a segurança alimentar e física da comunidade.

Edição: Eduardo Miranda