Defensores das investigações, agora eles mudaram o tom e demonstram fragilidade
Os parlamentares bolsonaristas estão isolados após a instalação da CPMI dos atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro, em Brasília. Antes defensores das investigações, agora eles mudaram o tom, demonstram fragilidade e tentam confundir o rumo das apurações.
Nesta semana, forma definidos os nomes do comando da comissão. O presidente será o deputado federal Arthur Maia (União Brasil-BA). A relatora será a senadora Eliziane Gama (PSD-MA).
Com isso, as posições mais relevantes e estratégicas ficam integrantes mais moderados e distantes do bolsonarismo. Na próxima quinta-feira (1º), será definido o plano de trabalho e, com isso, devem surgir também os nomes dos primeiros convocados.
Este é um dos destaques do Tempero da Notícia, programa produzido pelo Brasil de Fato, com apresentação do jornalista Rodrigo Vianna.
Na edição desta semana, você acompanha também a vitória do governo com a aprovação do texto-base do arcabouço fiscal. O texto final ficou mais rígido do que o proposto pelo ministro Fernando Haddad, para agradar setores do mercado, e por isso setores da esquerda, como PSOL, votaram contra o projeto.
Em outra frente de batalha no Congresso, o centrão saiu vitorioso. A Comissão Mista do Congresso Nacional aprovou, por 15 votos a 3, o relatório do deputado Isnaldo Bulhões(MDB-AL) que altera a estrutura do governo e esvazia pastas importantes, como Meio Ambiente e Povos Indígenas.
Enquanto isso, o presidente Lula tenta agir para criar o clima de bem-estar econômico. Ele anunciou esta semana uma política de redução de impostos para a indústria automobilística. O objetivo é trazer de volta para o mercado o famoso carro popular, com preço mais acessível para a classe média.
Mas, se resolve o problema de um lado, do outro aparecem questões cruciais. O governo esbarra na agenda ambiental ao incentivar um indústria poluente, na alta taxa de juros que inviabiliza o financiamento dos veículos e nas garantias da manutenção dos empregos feitas pelas indústrias.
Panela de pressão
Quem está com a panela fervendo é o ex-procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol. Ele perdeu o mandato de deputado federal após decisão do Tribunal Superior Eleitoral que entendeu que o agora ex-parlamentar burlou a Lei da Ficha Limpa para disputar as eleições de 2022. Segundo o TSE, Deltan fez uma manobra para se livrar de possíveis punições administrativas que poderiam o deixar inelegível.
Ele tentou até escapar da notificação da Câmara dos Deputados o informando que ele perdeu o mandato, mas não teve jeito. O legislativo publicou no Diário Oficial a notificação e deu um prazo de cinco dias para que Deltan apresente sua defesa. A corregedoria da Câmara tentou três vezes encontrar o deputado, mas não obteve sucesso.
Enquanto isso, a operação que deu fama para Deltan tenta sobreviver sobre os próprios escombros. Nesta semana, o TRF-4 afastou o juiz Eduardo Appio da 13ª vara de Curitiba, onde correm os processos da Lava Jato. Ele foi acusado de ameaçar por telefone o filho do desembargador Marcelo Malucelli. João Mulecelli é advogado e ex-sócio do hoje senador Sérgio Moro(União Brasil - PR), ex-juiz da operação.
Cafezinho
O cafezinho dessa semana vai para jogador brasileiro Vinícius Júnior, que atua pelo Real Madrid, na Espanha. Alvo novamente de ataques racistas, o jogador reagiu dentro e fora do campo. Com coragem, expôs dirigentes, autoridades políticas e a torcida espanhola ao cobrar punições aos racistas.
Onde assistir
O Tempero da Notícia vai ao ar todas as sextas-feiras, às 20h, no canal do Brasil de Fato YouTube e na TVT, canal 44.1 – sinal digital HD aberto na Grande São Paulo e canal 512 NET HD-ABC.
Moradores do estado de São Paulo podem acompanhar o programa pela Rádio Brasil Atual (98,9 FM na Capital Paulista e 93,3 FM na Baixada Santista), nos mesmos horários.
As edições também estão disponíveis nas plataformas de podcasts e podem ser escutadas no Deezer, Spotify, Google Podcasts, Itunes e Pocket Casts.
Edição: Thalita Pires
