Os professores que atuam na rede pública do estado do Rio de Janeiro decidiram manter a greve após o anúncio feito pelo governo de Cláudio Castro (PL) que vai publicar no Diário Oficial, ainda esta semana, um decreto que garante o piso salarial nacional apenas aos docentes que recebem menos que o valor estabelecido na lei.
A manutenção pela permanência da greve ocorre porque o Sindicato dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (Sepe-RJ) entende que a medida do governo não beneficia todas as categorias profissionais que atuam na educação.
“O Sindicato dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro repudia a nota do governo estadual de que irá implementar o seu projeto de pagamento de piso apenas aos professores que recebem menos que o Piso Nacional do Magistério e ignorando os funcionários administrativos”, afirma o Sepe-RJ.
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De acordo com o jornal O Dia, o governo do Rio destacou que o decreto vai atender uma reivindicação antiga da categoria, já que o piso não era pago desde 2015. "Ainda nesta semana, uma decisão do Tribunal de Justiça do Rio ratificou o entendimento de que o piso nacional está desindexado da questão do plano de cargos e salários. Esse impacto poderia gerar risco de dano irreversível de R$ 6,3 bilhões aos cofres públicos", disse o órgão.
A reportagem do jornal afirma ainda que o governo alegou entender e reconhecer a legitimidade dos profissionais da educação em reivindicar melhores salários, contudo, desde agosto de 2021, "já investiu, quase R$ 1 bilhão em benefícios para os profissionais do magistério fluminense".
"Neste período, foram pagos valores referentes ao Fundeb – com dois abonos correspondentes ao 14º e 15º salários – triênios, progressão de carreira, adicional de qualificação, cotas tecnológicas, auxílios alimentação e transporte, além de 20% de recomposição para todos os servidores", destaca a reportagem.
O Sepe-RJ informou que está aberto ao diálogo com o governo do estado do Rio, mas que não colocará em risco o plano de carreira dos profissionais da educação.
“Não podemos aceitar que esta venha com o risco de que, ao fim e ao cabo, o nosso plano de carreira, tão duramente conquistado ainda nos anos 80, venha a ser destruído a partir de promessas de que 'assim que a justiça permitir' o plano será pago etc", disse o sindicato.
A categoria declarou greve a partir do dia 17 de maio, e reivindica o pagamento do piso, com o cumprimento do plano de carreira. A próxima assembleia está marcada para o dia 1º de junho.
Edição: Jaqueline Deister