Ocorreu mais uma reviravolta na novela sobre a participação ou não do presidente da Ucrãnia, Volodymyr Zelensky, no encontro do G-7 no Japão. Nesta sexta (19), chefe de gabinete do governo ucraniano, Andrei Yermak, disse que Zelensky irá pessoalmente à cúpula e ainda deve ter um encontro bilateral com o presidente dos EUA, Joe Biden.
"A Ucrânia vai dispor muito rapidamente de tudo o que falta para proteger nossos céus, nossas cidades e nossos cidadãos", disse Yermak, se referindo a planos de construir uma coalizão internacional para a defesa do espaço aéreo ucraniano.
Até então, a notícia era de que Zelensky, não compareceria à cúpula ao contrário do anunciado anteriormente nos principais meios de comunicação, mas faria uma participação por vídeoconferência. A informação foi divulgada pelo serviço de imprensa do Conselho de Segurança Nacional da Ucrânia (NSDC).
Anteriormente, o secretário do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia, Oleksiy Danilov, havia dito que o presidente compareceria pessoalmente à cúpula, pois "coisas muito importantes seriam decididas" lá. "A presença de nosso presidente é absolutamente necessária para proteger nossos interesses", disse ele.
A Bloomberg também havia informado que Zelensky viajaria para a cidade japonesa de Hiroshima para participar da cúpula, apesar da própria publicação citar que o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, havia confirmado a ausência presencial do presidente ucraniano. Kishida especificou que o líder ucraniano participaria da reunião no domingo (21) por formato virtual.
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Nesta sexta-feira(19), Zelensky chegou à Arábia Saudita para participar da cúpula da Liga Árabe. Em um post no Twitter, o líder ucraniano declarou que pretende discutir a cooperação bilateral com o país árabe, incluindo fórmulas de paz e "o retorno dos territórios temporariamente ocupados da Ucrânia".
A participação de Zelensky na cúpula da Liga Árabe foi encarada com surpresa, considerando a postura neutra que a Arábia Saudita vem adotando em relação ao conflito entre Rússia e Ucrânia.
G7 reforça pressão sobre Rússia
A expectativa é que a cúpula do G7 seja marcada pelo reforço das sanções dos países ocidentais contra a Rússia no contexto da guerra na Ucrânia. De acordo com uma fonte da Casa Branca, citada pela agência russa RIA Novosti, o G7 deve ter como resultado novas medidas para isolar Moscou.
"Acho que amanhã vocês verão novos movimentos para isolar economicamente a Rússia e sua capacidade de fazer a guerra. Em particular, vocês verão compromissos adicionais em relação à Ucrânia", diz a fonte.
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Nesta sexta-feira (19) os países do G7, em declaração conjunta, garantiram que a Ucrânia terá o apoio orçamentário necessário para este ano e o início de 2024. Foi renovado também o compromisso do Ocidente de fornecer ajuda militar e financeira a Kiev.
"Hoje estamos tomando novas medidas para garantir que a agressão ilegal da Rússia contra o Estado soberano da Ucrânia fracasse e para apoiar o povo ucraniano em sua busca por uma paz justa enraizada no respeito pelas leis internacionais", diz o comunicado.
Edição: Nicolau Soares