Um dos principais assessores do vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos) faz parte de uma lista de aliados de líderes do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, que receberam ao menos R$ 2,4 milhões da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), em pagamentos feitos sem transparência. Reportagem publicada nesta sexta-feira (19) pelo portal Uol traz detalhes sobre o caso, que aconteceu às vésperas das eleições de 2022.
Assessor de Carlos desde 2021 e desenvolvedor do aplicativo "Bolsonaro TV", feito para apoiadores da família do ex-presidente, Rogério Cupti de Medeiros Júnior está na lista de pessoas que receberam o dinheiro: R$ 87,4 mil. Uma tia dele também consta na lista de pagamentos secretos feitos pela universidade fluminense, e teria recebido um valor ainda maior: R$ 91 mil.
Pelo menos 20 aliados do deputado federal Altineu Côrtes (PL-RJ), líder do partido de Bolsonaro na Câmara, também estão na lista, segundo a reportagem. Outro congressista bolsonarista, o senador Carlos Portinho (PL-RJ), líder do partido no senado, também estaria envolvido: a mãe dele e um assessor de gabinete teriam sido empregados pela universidade.
Segundo apurou o UOL, os participantes do esquema foram contratados em dois projetos da universidade e recebiam recursos dos cofres públicos do estado do Rio e da União, transferidos por órgãos do governo chefiado por Cláudio Castro (PL).
"Se escondeu em casa": o que dizem os acusados
A universidade respondeu ao site que está apurando as denúncias. As assessorias de Carlos Bolsonaro, Altineu Côrtes e Carlos Portinho negaram que tenham tido influência nas contratações. Rogério Cupti não disse ao site qual tipo de serviço ele e a tia prestaram, e afirmou que isso seria esclarecido pela Uerj.
Um dos acusados entre os aliados de Altineu Côrtes, Ediel Santos, conhecido como Ediel do Espetinho e ex-vereador de São Pedro D'Aldeia (RJ), foi procurado em sua própria casa pelos repórteres do site para explicar sobre os R$ 94 mil que teria recebido. Segundo o UOL, ele se surpreendeu com a abordagem, se trancou em casa e não deu respostas.
Edição: Rodrigo Durão Coelho