Pastor da 59ª Igreja do Evangelho Quadrangular, na Região Metropolitana de Curitiba, Itamar Paim Pruch (PL-PR) foi declarado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a assumir a vaga deixada pelo ex-procurador Deltan Dallagnol na Câmara dos Deputados.
Dallagnol foi enquadrado pela corte eleitoral na Lei da Ficha Limpa e teve seu mandato cassado. Paim recebeu 47 mil votos nas eleições do ano passado, sete vezes menos do que a votação obtida por Dallagnol, 345 mil.
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Em suas redes sociais, Paim escreveu que não esperava assumir o cargo a partir de uma cassação, mas que está pronto para tomar posse. "Com toda sinceridade, não esperava assumir a função parlamentar desta maneira. Trata-se de uma situação inesperada, mas como 1º suplente do Partido Liberal (PL), diante dessa realidade, estou à disposição para exercer essa honrosa função parlamentar e assim representar, com todo o empenho e dedicação, a família paranaense como deputado federal", disse.
"Entendo, inclusive, que temos pautas em comum, como por exemplo, o combate à corrupção e a defesa dos valores da família e da vida, entre outros temas conservadores." Bolsonarista, Paim se somará à oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Seus posicionamentos se somam à ala mais radical do bolsonarismo, que é contra até mesmo o aborto legal, ou seja, nos casos em que a prática é legalizada e regulamentada no Brasil: gravidez de risco à vida da gestante, anencefalia do feto e estupro. Paim, que é pastor há cerca de 23 anos, também se diz crítico do que chama de "ideologia de gênero", "defensor da vida e da família", como se apresenta em suas redes sociais, e em luta pela "liberdade religiosa".
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No registro de candidatura junto ao TSE, Paim se declara pardo. À Justiça Eleitoral, o pastor também declarou R$ 300.077,58 em bens, sendo R$ 224.000,00 de uma casa e o restante em veículos. No total, Paim gastou R$ 451.250,00 com despesas pagas durante sua campanha no ano passado.
A despeito de ter sido definido como o titular da vaga, Paim pode demorar para tomar posse o cargo, uma vez que a cassação de Dallagnol ainda será analisada pela Corregedoria da Câmara dos Deputados, onde o ex-procurador da Lava Jato tem direito a defesa. O presidente do colegiado, o deputado Domingos Neto (PSD-CE), nesse caso, precisa declarar a perda de mandato definitiva.
Edição: Nicolau Soares