Foi instalada nesta quarta-feira (17), na Câmara dos Deputados, a Comissão Parlamentar de Inquérito do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A comissão, que tem como objetivo investigar as atividades do movimento, será presidida pelo deputado Coronel Zuco (Republicanos-RS).
A relatoria ficou com o deputado Ricardo Salles (PL-SP). Salles é ex-ministro do meio ambiente de Jair Bolsonaro e teve uma gestão marcada por negacionismo climático, aliança com garimpeiros, desmonte dos órgãos de fiscalização e pela famosa sugestão de aproveitar a pandemia para "passar a boiada" sobre as regras ambientais.
O MST se manifestou por meio de nota, e afirmou que a CPI é mais uma forma de criminalizar o movimento e pressionar o governo. Para o movimento, nem o presidente da comissão nem o relator têm legitimidade para conduzir as investigações.
Para falar sobre os desdobramentos políticos da instalação da CPI do MST, o Central do Brasil desta quinta-feira (18) recebeu o deputado Nilto Tatto (PT-SP) que integra a comissão.
Na visão do petista, a instalação da CPI serve para atacar o governo do presidente Lula, em especial o conjunto de políticas públicas de apoio à reforma agrária e à agricultura familiar. "Nós estamos nos organizando para fazer os enfrentamentos necessários para a defesa do presidente Lula, a defesa da reforma agrária, em especial do MST, mas também vamos aproveitar o espaço para mostrar os resultados que a reforma agrária tem dado para o Brasil, que ficou muito demonstrado na 4ª Feira Nacional da Reforma Agrária."
Dos 54 deputados que integram a CPI, entre titulares e suplentes, menos de 20 são favoráveis à luta do MST, pontuou Tatto. Ele afirmou ainda que os parlamentares devem destacar a importância da luta do MST. "Se hoje a gente tem uma produção enorme diversificada que ajudou a tirar o Brasil do mapa da fome é com esse movimento, o MST que nós vamos enfrentar novamente a fome e para produzir alimentos precisa da reforma agrária."
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Edição: Thalita Pires