Os professores e funcionários administrativos das escolas estaduais do Rio de Janeiro entraram em greve nesta quarta-feira (17). A mobilização foi aprovada na assembleia geral da categoria realizada na última quinta-feira (11).
Os profissionais reivindicam que o governador Cláudio Castro (PL) implemente o piso nacional do magistério para os docentes e o piso dos funcionários administrativos, tendo como referência o salário mínimo nacional.
Segundo o Sindicato estadual dos profissionais de educação do estado do Rio de Janeiro (Sepe-RJ), mais de 60 mil professores e 17 mil funcionários que trabalham nas 1.280 escolas espalhadas por todo o estado e são responsáveis pelo atendimento de mais de 700 mil alunos.
Leia também: Motoristas por aplicativos fazem nova greve por melhores condições de trabalho
De acordo com a entidade, em reunião com a secretária estadual de Educação, Roberta Pontes, e representantes da Casa Civil, realizada na última semana, o governo apresentou seu projeto de incorporar o piso nacional do magistério.
No entanto, a proposta do governo não incorpora o piso a todas as carreiras; na verdade, o governo quer apenas reajustar os salários que estão abaixo do piso. Com isso, quem ganha acima do piso não receberá nenhum reajuste.
“O correto é o piso ser implementado a partir do vencimento inicial da carreira e ser adequado proporcionalmente aos demais níveis, cumprindo o que manda o atual Plano de Carreira da categoria – exatamente o que o governo anunciou que não irá fazer. O que o governo apresentou, além de ser ilegal, é um ataque ao Plano de Carreira dos profissionais de educação”, diz nota do Sepe.
Hoje, o estado do Rio de Janeiro paga menor salário do Brasil para os educadores da rede estadual. Enquanto o piso nacional é de R$ 4.420, o professor de uma escola estadual tem um piso de R$ 1.588 como vencimento base (18 horas semanais).
Os funcionários administrativos (serventes, merendeiras, porteiros, inspetores de alunos etc), em sua maioria, recebem um piso menor do que o salário mínimo (R$ 802,00).
Além das reivindicações econômicas, a categoria também defende a revogação do Novo Ensino Médio (NEM) e a convocação de concursados para o magistério dos concursos de 2013 e 2014 e de inspetores de alunos do concurso de 2013, além da abertura de novos concursos para suprir a carência de profissionais nas escolas e para as funções de assistente social e psicólogos, como resposta ao aumento da violência no interior do espaço escolar.
Na próxima quinta-feira (18), a categoria realiza assembleia, às 14h, no Largo do Machado, na zona Sul do Rio, em seguida, marcha ao Palácio Guanabara, em Laranjeiras, onde vai reivindicar uma conversa com o governador.
Edição: Mariana Pitasse