O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse nesta sexta-feira (12) que a companhia deve anunciar na próxima semana uma nova política de preços dos combustíveis. Ele ainda adiantou que a estatal também deve fazer novos reajustes nos preços, sem especificar se haverá queda ou aumento. A expectativa, no entanto, é que haja redução, já que os preços praticados atualmente estão acima da paridade de importação.
“Semana que vem vamos falar de preço. Há chance de reajuste na semana que vem, de fazer uma avaliação em alguns combustíveis. Mas não vou dar spoiler”, disse Prates, em entrevista coletiva sobre os resultados trimestrais da companhia.
No primeiro trimestre deste ano, a Petrobras registrou lucro líquido de R$ 38,2 bilhões, queda de 14,4% frente ao mesmo período de 2022. Ainda assim, os resultados foram considerados como positivos, por conta da redução de 19,9% nos preços internacionais do petróleo nesse mesmo intervalo.
Prates não detalhou como deve ser a nova política de preços da estatal, mas deu indicações. “O critério a ser utilizado será o de estabilidade contra a volatilidade. Não precisamos voltar a um tempo que não tínhamos reajustes, como em 2006, que não teve nenhum, mas também não precisamos fazer igual a 2018, quando tivemos mais de 100 reajustes, o que levou à greve dos caminhoneiros”.
Fim do PPI
Dessa maneira, a Petrobras deve pôr fim a política de Preço de Paridade de Importação (PPI), que a empresa passou a adotar a partir de outubro de 2016, após o golpe do impeachment contra a então presidenta Dilma Rousseff. O PPI dolarizou os preços dos combustíveis no Brasil. Mais do que isso, a Petrobras passou a formar os preços dos combustíveis como se fossem 100% importados, considerando custos de transporte e taxas de importação inexistentes.
Prates afirmou a Petrobras vai buscar um equilíbrio entre o mercado internacional e a competitividade no país. “Antes (com o PPI), a Petrobras estava abdicando das vantagens nacionais que possui. Nós temos, por exemplo, refinarias ao lado do nosso cliente principal. Tudo isso faz parte de um modelo de preço empresarial e nós o apresentaremos melhor na semana que vem”.
“Seguimos comprometidos em praticar preços em equilíbrio com o mercado que garantam a competitividade da empresa sem perder a participação de mercado em cada área de influência das refinarias. Nos últimos 100 dias, o diesel caiu 23% nas refinarias, a gasolina caiu 4% e o gás natural caiu 19%”, ressaltou.