Rio de Janeiro

"desinformação"

Audiência da Alerj debate projeto de educação midiática nas escolas estaduais do Rio de Janeiro

O youtuber Felipe Neto ressaltou que é preciso capacitar e empoderar professores para tratar do assunto em sala de aula

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Especialistas, pesquisadores e representantes da sociedade civil participaram do debate sobre o Projeto de Lei 4791/20 - Reprodução

Nesta sexta-feira (12), o combate às fake news foi tema de audiência pública online da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). O evento contou com a presença de especialistas no assunto para debater o Projeto de Lei 4791/20, de autoria do deputado Carlos Minc (PSB), que cria o Programa de Educação Midiática nas escolas estaduais.

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Segundo o deputado, o PL tem como base estratégias adotadas na Finlândia, país considerado referência no combate às fake news e discursos de ódio. O youtuber Felipe Neto participou da reunião e ressaltou a necessidade de empoderar professores para abordar o tema da desinformação em sala de aula.

Ele considera que um dos maiores desafios é desenvolver nos jovens a capacidade de diferenciar desinformação de informação. "Mais do que formar professores com conhecimento técnico e teórico, a gente precisa empoderar os professores para o que eles vão enfrentar em sala de aula. É fundamental preparar os professores com prioridade absoluta", disse Felipe Neto.

O deputado federal e relator do "PL das Fake News", Orlando Silva (PCdoB), também participou da reunião e defendeu a regulação das plataformas para um ambiente digital mais seguro e transparente. 

"Sou entusiasmado com as novas tecnologias, ao mesmo tempo que tenho consciência de que é desafiador o caminho de estabelecer um parâmetro de regulação para as chamadas big techs. O Brasil faz um debate ainda tímido, mas não devemos nos intimidar", disse.

Os algoritmos de recomendação nos colocam um debate ético, porque liberdade de expressão não é só o direito de falar, mas também de ser ouvido. Os algoritmos determinam bolhas intransponíveis, e o resultado é uma sociedade cada vez mais fraturada. Temas como esse importam. Estamos propondo coisas simples como responsabilidade e transparência", completou o deputado Orlando Silva.

Participaram da audiência da Alerj especialistas, pesquisadores e representantes da sociedade civil. Entre eles, Fernando Gabeira; a conselheira de Educação da Embaixada da Finlândia no Brasil Johanna Kivimaki; o secretário nacional de Políticas Digitais, João Brant; a secretária de Políticas Digitais do Ministério da Justiça, Estela Aranha; a pró-reitora de Extensão da UFRJ, Ivana Bentes; Patrícia Blanco, do Instituto da Palavra Aberta; a presidente do Sindicato dos Professores do RJ, Izabel Costa; o presidente da Associação Municipal dos Estudantes Secundaristas, João Gabriel; e a presidente da Associação dos Diretores de Escolas do RJ, Maria Teresa Pimentel.

Edição: Clívia Mesquita