A Prefeitura do Rio inaugurou um jardim em homenagem a Aldir Blanc na Tijuca, bairro da zona Norte da cidade, em que o compositor viveu por quatro décadas.
A data escolhida não foi por acaso: a morte do autor de sucessos como “O bêbado e a equilibrista” e “Dois pra lá, dois pra cá” completou três anos nesta quinta-feira (4). Aldir foi vítima da covid em maio de 2020. Ele tinha 73 anos.
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O jardim fica situado na esquina da Avenida Maracanã com a Rua Marechal Trompowski. O espaço tem ainda uma escultura assinado pelo artista Mello Menezes. O monumento é composto por um totem em concreto, que remete a folhas, no qual estão uma figura de Aldir Blanc e uma placa com texto assinado pelo jornalista Luís Pimentel.
A obra, executada sob a supervisão da Gerência de Monumentos e Chafarizes, vinculada à Secretaria Municipal de Conservação, teve um investimento de R$ 168 mil.
A inauguração do jardim foi acompanhada pela viúva de Aldir, Mary Lúcia de Sá Freire, filhos, netos, bisneto e amigos. Ela lembrou a trajetória do marido e lamentou pelas vítimas da covid que não puderam ter velório e enterro.
"O Aldir merece essa homenagem por toda a sua obra. É muito emocionante e representativo para todos nós da família. É significativo fazer esta homenagem hoje, com uma grande festa, como se fosse uma despedida, que nem nós e nem milhares de famílias brasileiras pudemos fazer", disse Mary Lúcia.
Ao final do evento, os amigos de longa data Moacyr Luz e Moyseis Marques apresentaram uma canção inédita, intitulada “4 de Maio”, para celebrar Aldir Blanc.
"O Aldir era plural, um cara com uma obra maravilhosa, que foi feita para o Rio de Janeiro. Era uma pessoa extraordinária, muito dedicada ao trabalho. Morei 23 anos nesta rua com ele, cada pedaço deste asfalto da Tijuca é um pouco do Aldir Blanc", destacou Moacyr Luz.
Letrista, compositor, cronista e médico. Aldir Blanc é considerado um dos grandes nomes da música brasileira. Figura cativa do bairro da Tijuca, onde morou por 40 anos, ele retratava o subúrbio do Rio em suas composições.
Autor de mais de 600 canções, teve inúmeros parceiros de composições em 50 anos de carreira, entre eles, João Bosco, Guinga, Moacyr Luz, Cristovão Bastos, Maurício Tapajós e Carlos Lyra.
Edição: Clívia Mesquita