O Supremo Tribunal Federal (STF) já tem ampla maioria para tornar réus mais 200 pessoas envolvidas nos atos golpistas de 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes. Com a votação eletrônica aberta até o próximo dia 2 (terça-feira), oito dos ministros da corte já se manifestaram favoráveis à decisão, e nenhum contra.
O voto do ministro relator, Alexandre de Moraes, foi acompanhado por Cármem Lúcia, Dias Toffoli, Edson Fachin, Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Rosa Weber. Os únicos votos que ainda não foram computados foram os dos ministros indicados por Jair Bolsonaro (PL) ao Supremo: André Mendonça e Nunes Marques. Com a recente aposentadoria de Ricardo Lewandowski, a 11ª cadeira do STF ainda está vaga.
Os ministros que ainda não votaram terão até 23h59 da próxima terça para registrar suas decisões no sistema eletrônico do Supremo. Após o fim da votação, os acusados serão formalmente réus e responderão a uma ação penal.
Entre os acusados há 100 pessoas que teriam participado diretamente dos atos de 8 de janeiro. Elas responderão por crimes como associação criminosa armada, abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de estado e deterioração de patrimônio tombado. Os outros 100 acusados são supostos autores intelectuais e pessoas que incitaram o vandalismo, que podem responder por incitação ao crime e associação criminosa.
Esta é a segunda leva de acusados de envolvimento nos atos golpistas que é alvo de votação semelhante no STF. Na primeira, encerrada no plenário virtual na última terça, eram 100 acusados. Mendonça e Nunes Marques votaram por rejeitar a denúncia contra 50 deles, mas foram derrotados por 8 a 2.
Edição: Cris Rodrigues