Após o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupar uma área da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Petrolina (PE), no último sábado (15), a estatal divulgou uma nota dizendo que a ação era "inaceitável". Nesta terça-feira (18), o movimento respondeu.
"É mais uma ferramenta de denúncia e pressão para realização da Reforma Agrária", explicou o movimento. "Em um país com 33 milhões passando fome, toda terra pública deve estar voltada à produção de alimentos", pontuou ainda o MST.
Em sua nota, a Embrapa afirma que o local será palco do Seminário Show, evento feito para os agricultores do semiárido, e que a ocupação "atingiu ainda áreas de preservação da Caatinga, comprometendo a vida de animais ameaçados de extinção, além de pesquisas para conservação ambiental e de uso sustentável do Bioma."
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De acordo com o MST, "as famílias que realizaram a ocupação não danificaram nenhuma estrutura do órgão e nenhum animal foi ameaçado". "A preservação dos biomas e a prática sustentável no meio ambiente sempre esteve entrelaçada com a permanência dos povos do campo, das águas e das florestas em seus territórios. Quem bate recordes de destruição ambiental não são as famílias agricultoras, e sim o agronegócio", contextualizou o movimento, que pediu que a estatal deixe de investir apenas no agronegócio.
"A ocupação é uma forma de sinalizar que a Embrapa deveria estar desenvolvendo projetos de pesquisas para a Agricultura Familiar e Camponesa, pois quando se desenvolvia, há 6 anos, era para o agronegócio. Porém, sabemos que é a agricultura familiar quem coloca a comida na mesa dos trabalhadores, e mesmo assim fica esquecida no parâmetro de pesquisa", finaliza a nota.
Edição: Glauco Faria