Rio de Janeiro

CARGOS PARA ALIADOS

Justiça do RJ dá seis meses para governador Cláudio Castro extinguir cinco novas secretarias

Autor da ação, deputado Luiz Paulo afirma que Castro criou pastas para distribuir cargos em "política de compadrio"

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
claudio castro
Governador do Rio criou por decreto cinco secretarias, mas autores da ação afirmam que Poder Executivo usurpou competência do Legislativo - Governo do RJ

O Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) deu prazo de até seis meses o governador Cláudio Castro (PL) extinguir cinco secretarias criadas por ele por meio de decretos estaduais. São elas: Secretaria de Governo; de Envelhecimento saudável; Vitimados; Gabinete do governador e Defesa do consumidor.

A decisão foi tomada na última segunda-feira (11), com os desembargadores acompanhando, por maioria, o voto da relatora, a desembargadora Gizelda Leitão Teixeira. A magistrada acolheu, parcialmente, a Ação Direta de Inconstitucionalidade proposta pelos deputados estaduais Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSD) e Rubens Bomtempo (PSB).

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Um dos autores da ação, o deputado Luiz Paulo afirmou que o Rio de Janeiro ainda passa por "profunda crise financeira" e enumera "corrupção e gestões incompetentes e predatórias" como motivos da falência do estado fluminense, "mas nada é mais significativo que a política de compadrio", completa ele.

O parlamentar fez menção ao Regime de Recuperação Fiscal que Castro renovou no ano passado com o governo de Jair Bolsonaro (PL), impondo mais cortes de investimentos ao estado do Rio, e acrescentou que o governador usurpa o poder da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) de criar leis e beneficiar aliados.

"O Poder Executivo teve que se ajoelhar ao governo federal aprovando a nova legislação e retirando direitos do funcionalismo público estadual para poder ingressar no novo Regime de Recuperação Fiscal. No entanto, nada é mais predatório que a criação de secretarias pelo Governador do Estado do Rio de Janeiro por decreto, usurpando competência de lei, para entregar os cargos aos seus aliados", apontou Luiz Paulo.

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Ainda segundo o deputado, "ficou claro o loteamento da máquina pública para fins eleitoreiros. Neste sentido, cumpre esclarecer que o Governador do Estado do Rio de Janeiro não cumpriu o disposto nos artigos 77, II, 112, § 1º, II, “a”, e 149, da Carta Magna", disse o parlamentar do PSD.

O Governo do Estado do Rio informou, em nota, que ainda não foi intimado pela Justiça e que se manifestará nos autos do processo quando for notificado.

Edição: Eduardo Miranda