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Governo vai reduzir fluxo do aeroporto Santos Dumont contra esvaziamento do Galeão, no Rio

Aeroporto internacional vem operando com menos de 15% da capacidade; autoridades locais e governo federal buscam solução

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Movimentação de passageiros no Galeão foi de 5,9 milhões no último ano, enquanto sua capacidade é de 37 milhões - Fernando Frazão/Agência Brasil

Na última semana, o ministro de Portos e Aeroportos do Brasil, Márcio França, afirmou que o Aeroporto Santos Dumont, no centro do Rio de Janeiro, "terá uma redução em relação ao número registrado em 2022, e ficará abaixo de 10 milhões de passageiros em 2023".

Segundo o ministro, o objetivo é retomar o "protagonismo do Galeão", o Aeroporto Internacional Tom Jobim, localizado na Ilha do Governador, na zona norte. O maior aeroporto do Rio de Janeiro vem perdendo passageiros a cada ano, enquanto o Santos Dumont, que não recebe voos internacionais, tem operado no limite da sua capacidade máxima, provocando atrasos e filas.

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No último ano, a movimentação de passageiros no Galeão foi de apenas 5,9 milhões enquanto sua capacidade anual é de 37 milhões. Já o Santos Dumont registrou mais de 10 milhões de embarques e desembarques.

No site da Infraero constava que o aeroporto tinha capacidade de atender até 9,9 milhões de passageiros por ano. Porém, o órgão federal passou a divulgar que a capacidade por ano do SDU é de 15,3 milhões. O órgão responsável por administrar os aeroportos brasileiros não retornou à reportagem. 

O desequilíbrio entre os dois aeroportos e, principalmente, o esvaziamento do Galeão é tema recorrente nas redes sociais do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD). Em diversas postagens, Paes reclama da falta de voos domésticos e internacionais diretos. Ele afirma que 550 mil turistas internacionais precisaram fazer conexão em São Paulo para chegar ao Rio em 2022.

"Hoje o Rio tem voo direto para somente 27 destinos domésticos. São Paulo tem 57, Brasília 40, Belo Horizonte 39, Recife 30. Em função deste baixo número de destinos domésticos, cerca de 5 mil passageiros/dia têm que fazer pelo menos uma conexão para chegar ao destino final. Este é o maior número entre as dez principais cidades brasileiras. Isto é resultado da concentração de voos em um aeroporto estrangulado como o SDU", escreveu Paes.

O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, também se posicionou a favor de mais voos internacionais. "Ter mais malha aérea no Galeão recupera a economia do Rio de Janeiro e recupera o turismo brasileiro. Não é interesse só do Rio. O Rio é o grande cartão-postal do Brasil para o mundo. Ter mais voos para o Galeão ajuda todos os destinos turísticos brasileiros", afirmou.

O prefeito do Rio voltou a defender a redução de voos no SDU para fortalecer o aeroporto internacional nesta segunda-feira (10). Em entrevista ao canal Globo News, ele disse que Rio é o principal destino de turistas a lazer do Brasil.

"O SDU responde por 90% da empresa estatal Infraero. SDU e Galeão não podem ser responsáveis pela arrecadação da Infraero que cuida de todos os aeroportos do Brasil. Essa conta não pode inviabilizar a cidade. Uma cidade que é buscada por turistas internacionais, que mais atrai turistas do Brasil, é um absurdo não ter voos internacionais", afirmou.

A questão dos aeroportos do Rio, assim como possíveis soluções para o Galeão e o SDU, serão tratadas em um encontro no dia 24 de abril com a Secretaria Nacional de Aviação Civil com a presença do ministro Márcio França, o governador Cláudio Castro (PL) e o prefeito do Rio.

Edição: Clívia Mesquita