O Rio Grande do Norte segue sofrendo com uma onda de violência que já chega ao quinto dia consecutivo. Na madrugada deste sábado (18), criminosos armados expulsaram moradores e incendiaram três casas no bairro Igapó, na zona norte de Natal. Uma senhora de 77 anos foi acordada com uma arma apontada para a cabeça. Em São Gonçalo do Amarante, região metropolitana da capital, um policial penal foi assassinado a tiros por dois homens em uma moto, enquanto estava em um comércio do bairro.
O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) afirma que os ataques são comandados por líderes criminosos que estão presos e que estariam reagindo à falta de "regalias" nas prisões, como visitas íntimas. O órgão também está investigando denúncias de tortura e más condições nos presídios. A onda de violência tem como alvos agentes de segurança e prédios públicos do estado.
Conforme a Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Norte, 104 pessoas já foram presas até o início da manhã deste sábado. Os policiais apreenderam 29 armas de fogo, 87 artefatos explosivos e 23 galões de gasolina, além de 11 motos e dois carros, dinheiro, drogas, munições.
Na noite de sexta-feira (27), a governadora Fátima Bezerra (PT) esteve em vários bairros da capital. Ela acompanhou de perto os trabalhos dos policiais militares e dos agentes da Força Nacional. A chefe do Executivo estadual também recebeu uma ligação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que reafirmou seu apoio e "irrestrita colaboração" no esforço para restabelecer as condições de segurança no estado.
Ataques coordenados
Pelo menos 15 cidades potiguares foram atingidas durante os ataques. Além de veículos incendiados, houve disparos contra bases da Polícia Militar, fóruns da Justiça, sedes de prefeituras e outros prédios públicos. O secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Norte, Francisco Canindé Silva, disse que o setor de inteligência do governo estadual tinha detectado a possibilidade de ataque com antecedência. Apesar de ter havido reuniões de preparação, as forças policiais não conseguiram evitar a violência.
Silva garantiu que a estratégia de defesa preparada pelos agentes de segurança pública fez com que os ataques durante a madrugada fossem menos danosos que o esperado. Segundo ele, os ataques coordenados são uma reação de integrantes de uma organização criminosa à atividade policial.
Com informações da Agência Brasil.
Edição: Thales Schmidt
