Rio de Janeiro

CINCO ANOS

"Quem são os mandantes e por que mandaram matar?", questiona mãe de Marielle em reunião com MP

Procurador destacou que no início do mês as apurações do caso ganharam reforço de sete promotores de Justiça

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
marinete marielle
"Não só por ser uma parlamentar, mas porque é uma mulher defensora dos direitos humanos, um papel muito difícil neste país", disse Marinete - Divulgação

Marinete Franco, mãe da vereadora Marielle Franco (Psol), cujo assassinato completou cinco anos na última terça-feira (14), se reuniu com o procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos, e com membros do Ministério Público do Rio de Janeiro. Na reunião, eles falaram dos esforços feitos pela instituição para elucidar o caso e escutaram as atuais demandas dos familiares e dos integrantes da Anistia Internacional no Brasil.

Leia mais: Cinco anos de investigação: Júri popular é o próximo passo na elucidação do caso Marielle

Segundo a mãe da vereadora, o encontro foi proveitoso para demonstrar o compromisso do MP-RJ. Ela disse que a relação de confiança com a instituição é fundamental para o prosseguimento da investigação que apura quem mandou matar Marielle e o motorista Anderson Gomes no dia 14 de março de 2018.

"A gente vai continuar aqui, sendo bem recebido e fazendo também uma cobrança digna, que precisa ser feita, porque essa é uma resposta que precisa ser dada. Não só por ser uma parlamentar, mas porque é uma mulher defensora dos direitos humanos, um papel muito difícil neste país. Por isso essa resposta tem que ser dada: quem são os mandantes e por que mandaram matar Marielle e Anderson?", indagou Marinete.

Viúva de Marielle, a vereadora Mônica Benício (Psol) afirmou esperar que a resolução do caso se dê o quanto antes. Ela disse que as respostas interessam não apenas aos familiares de Marielle, mas à sociedade.

"O Ministério Público manifestou seu compromisso com a elucidação do caso e a importância dele não é só para os familiares, mas para toda a sociedade. E a gente espera que essa expectativa de resolução do caso se realize finalmente e que no próximo 14 de março a gente não precise estar aqui", disse Mônica.

Mudança

Diante da demanda por informações sobre o andamento do inquérito, o Ministério Público estadual se comprometeu a continuar a periodicamente realizar encontros com os familiares para prestar contas sobre as investigações, dentro do possível, sem comprometer os avanços da apuração.

O procurador-geral destacou que no início deste mês as apurações do caso ganharam o reforço de sete promotores de Justiça nomeados para integrarem a Força-Tarefa do MP-RJ dedicada a identificar os mandantes do crime. O grupo já está debruçado sobre o material produzido.

Participaram da reunião os integrantes da Força-Tarefa, os integrantes do MP, os pais de Marielle, Marinete e Antonio, a filha da vereadora, Luyara Franco, Mônica Benício, Agatha Arnaus, viúva do motorista Anderson Gomes; o defensor público Fábio Amado, a diretora da Anistia Internacional no Brasil,  Jurema Werneck; além de integrantes do Instituto Marielle Franco, da Justiça Global e da ONG Terra de Direitos.

Edição: Eduardo Miranda