O governo federal anunciará ainda em março um projeto de revitalização para o Cais do Valongo, antigo porto de escravos e patrimônio mundial desde 2017 no Rio de Janeiro, terá um memorial em um antigo armazém localizado em frente ao local a partir de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
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O anúncio foi feito na última quinta-feira (9), na zona portuária da capital fluminense, com a presença das ministras da Igualdade Racial, Anielle Franco, e da Cultura, Margareth Menezes, além do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, e da primeira-dama, Janja Lula da Silva.
O Cais do Valongo voltará a ter um comitê gestor participativo. A retomada do órgão, extinto em 2019, foi marcada pela visita da comitiva federal ao cais. Antes da extinção, o grupo era composto por representantes de órgãos e instituições envolvidos na conservação do sítio e tinha a responsabilidade de dirigir e planejar a gestão e valorização do Cais do Valongo.
"A Unesco exige que ele tenha um comitê gestor, que é um comitê participativo, formado por todas as pessoas que são responsáveis pela gestão desse sítio, e também prevê um plano de gestão", afirma o procurador da República Sérgio Suiama, que cobra a retomada do comitê desde sua extinção.
"A gente está aqui para reafirmar um compromisso com o povo preto, com a memória e a reparação que a gente tem nesse lugar, um lugar histórico", disse a ministra Anielle Franco.
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"Vamos anunciar, no dia 21 de março, toda a concepção do projeto que vai ser encaminhado. Como todo o processo para revitalizar, fortalecer esse território e construir um espaço novo, cultural estratégico, que seja um centro de resgate e de preservação da memória e da história dos africanos no Brasil", disse Aloizio Mercadante.
O Cais do Valongo foi revelado em 2011 durante as obras de revitalização da zona portuária. Durante o regime escravagista, mais de um milhão de escravos, provenientes da África, desembarcaram no Brasil pelo antigo cais, o que o tornou, segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o maior porto receptor de escravos do mundo.
*Com informações da Agência Brasil
Edição: Eduardo Miranda