Representantes de movimentos populares em todo o país foram às ruas neste 8 de março, Dia Internacional de Luta das Mulheres. O Brasil de Fato acompanhou de perto a mobilização durante todo o dia. Confira alguns dos destaques.
Porto Alegre
Dezenas de mulheres dos movimentos populares do Rio Grande do Sul se reuniram em ato na Lomba do Sabão, entre as cidades de Porto Alegre e Viamão. Mais de 100 famílias locais tiveram de ser realocadas por estarem em área de risco devido à possibilidade de rompimento de uma barragem.
As participantes da manifestação ainda realizaram um ato ecumênico em denúncia ao feminicídio de Debora Moraes, militante do Movimento dos Atingidos oor Barragens (MAB). O assassinato aconteceu em setembro do ano passado.
Teresina
Centenas de mulheres do Campo Unitário, que reúne organizações do campo, participaram do ato em Teresina, junto à sede da empresa Equatorial Energia. A denúncia é de que o custo da eletricidade é alto, e o serviço oferecido é precário.
O grupo foi recebido com truculência pela segurança da empresa. Houve empurrões e tiros para dispersar a mobilização. O grupo seguiu em marcha pelo centro da capital piauiense com gritos de ordem contra o agronegócio, as violências e por direitos, alimentos e em defesa da vida.
Porto Velho
Mulheres da Via Campesina foram às ruas de Porto Velho (RO) e seguiram em marcha até a sede do governo estadual. O acampamento começou ainda na véspera (dia 7, terça-feira), e tem como lema "Camponesas da Amazônia – Em luta pela vida e soberania, contra a fome e a violência".
Centenas de militantes lutam contra o sistema patriarcal e as violências, pela preservação da Amazônia e por soberania alimentar.
Crato (CE)
No cariri cearense, cerca de mil pessoas se reuniram e caminharam da prefeitura à Praça da Sé, no Crato. O local escolhido para o encerramento da manifestação foi o banco de uma praça onde a professora Silvany de Souza foi assassinada pelo marido em 2020.
Goiânia
O foco das manifestações do Dia Internacional de Luta das Mulheres em Goiânia (GO) foi a moradia. As participantes do ato se reuniram junto à Agência Goiana de Habitação (Agehab), em luta por despejo zero e garantia de moradia na cidade e no campo.
Altamira (PA)
Mulheres atingidas pela hidrelétrica de Belo Monte foram às ruas da cidade paraense de Altamira para a marcha "Mulheres em defesa da água potável como direito básico para a vida". O ato denunciou o descumprimento de uma das principais condições para construção da barragem, o abastecimento de água.
O protesto também chamou atenção para o direito à moradia e acesso a energia, e protestou contra a violência contra as mulheres e ataques contra a Amazônia e os povos originários.
São Luís
Em São Luís, mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) organizaram uma marcha rumo ao Palácio dos Leões, sede do governo maranhense. O objetivo era apresentar pautas do povo do campo ao executivo local.
O grupo foi recebido pelo vice-governador Felipe Camarão, pela secretária de direitos humanos, Lília Raquel e pelo secretário de agricultura familiar, Bira do Pindaré. A eles, apresentaram pautas como defesa dos territórios, educação, saúde, moradia, cultura, pavimentação e alimentação saudável.
Natal
Mulheres que participam do Acampamento Pedagógico das Mulheres Sem Terra na capital potiguar seguiram em marcha para acompanhar a solenidade que marcou o 8 de março na Escola de Governo do Estado.
Com o tema "Igualdade de gênero para uma manhã sustentável", o evento aconteceu na Escola do Governo do Estado, e contou com lideranças femininas dos movimentos populares, representantes da sociedade civil e entidades parceiras, além da governadora Fátima Bezerra.
Vitória
Mulheres integrantes dos movimentos populares foram às ruas na região central de Vitória. O grupo prestou homenagem à professora Flávia Amboss, vítima do atentado a uma escola em Aracruz (ES) em novembro do ano passado.
Curitiba
Na capital paranaense, a Jornada de Lutas "Mulheres em resistência, contra todas as formas de violência. Por Terra, Teto e Trabalho, democracia e sem anistia" levou às ruas uma marcha que reuniu mais de 1.500 pessoas na terça-feira (7). Os grupos saíram de acampamentos rurais de todas as regiões do estado do Paraná.
O grupo faz parte da articulação Despejo Zero, que une movimentos populares do campo e da cidade. O ato contou com um público formado basicamente por mulheres, muitas delas acompanhadas dos filhos.
Edição: Rodrigo Durão Coelho