Rio de Janeiro

Atuação

Deputados lançam frente parlamentar em defesa da agroecologia e da economia solidária do RJ

Um dos planejamentos é transformar Mercadinho São José em espaço referência de economia solidária na capital

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Deputados querem trabalhar para fortalecer cadeia produtiva e de comercialização de pequenos agricultores - Foto: Wellington Lenon

Uma frente de atuação parlamentar da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) foi lançada pela primeira vez unindo os temas da economia solidária e da agroecologia, na última semana. A presidência será exercida pelo deputado Flávio Serafini (Psol) e terá como integrantes os deputados Marina do MST (PT), Renata Souza (PSol), Professor Josemar (PSol), Carlos Minc (PSB), Yuri (PSol) e Martha Rocha (PDT).

Para Marina, pensar em uma alimentação de qualidade para toda a população fluminense e fortalecer o trabalho das mulheres envolvidas nessa produção será um dos grandes desafios do grupo.

Leia também: Agroecologia: garantindo segurança alimentar e meios de vida sustentável num planeta em crises

“Temos que pensar no acesso de toda a sociedade a uma alimentação de qualidade, desde a produção de comida até a garantia de renda, trabalho e mecanismos de acesso para essa alimentação. E mais, temos que fortalecer a produção agrícola e urbana e assegurar que essa produção esteja no centro da discussão principal que é o combate à fome. Queremos levar comida de qualidade, barata e farta para a mesa da população”, afirmou Marina, durante o lançamento da Frente, que aconteceu na quinta-feira (2). 

Durante a apresentação da Frente Parlamentar em Defesa da Economia Popular Solidária e Agroecologia, Serafini também adiantou que os deputados já têm uma agenda de trabalho e algumas pautas que serão priorizadas, entre elas, a luta pela reabertura do Mercadinho São José, em Laranjeiras, na Zona Sul da capital. 

O espaço, tradicional do Rio de Janeiro, está fechado desde 2018, após o proprietário do imóvel retomá-lo judicialmente. O mercadinho foi inaugurado, em 1944, pelo presidente da época, Getúlio Vargas, para ser um mercado de hortifruti visando ao abastecimento da população com produtos mais baratos.


Mercadinho São José está fechado desde 2018/ Reprodução

“Uma das nossas prioridades é transformar o Mercadinho São José em um espaço da economia solidária. Nos últimos dias, vimos a prefeitura falar sobre o interesse na municipalização desse espaço, que é um imóvel federal, e a gente tem uma lei estadual já prevendo que o Estado possa buscar meios para ter posse desse imóvel, então essa será uma das nossas lutas. A gente vai trabalhar para que ele não perca esse destino que julgamos importante que esse espaço tenha”, afirmou Serafini.

A lei referida é de autoria original do ex-deputado e ex-presidente da Frente de Economia Solidária, Waldeck Carneiro (PT), em co-autoria com a deputada Mônica Francisco. A proposição foi votada no ano passado e autoriza a transferência do imóvel do governo federal para o governo do estado do Rio.

No evento de lançamento, Waldeck destacou que o desafio do grupo será grande, mas que o ano de 2023 já começou mais promissor. 

“Só nesta semana já contamos com a restauração dessa frente no Rio, algo muito valioso; ontem a Universidade Federal Fluminense (UFF) fez uma audiência pública e definiu que vai comprar alimentos de produtores da economia popular solidária para abastecer o bandejão da universidade, outra conquista, e também tivemos o anúncio via Governo Federal da restauração do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea). Portanto, há elementos que provam que tudo está muito mais definido e caminhando para uma melhora”, pontuou Waldeck.

*Com informações do portal da Alerj.

Edição: Mariana Pitasse