Policiais militares envolvidos na morte do jovem Alex Souza Araújo dos Santos, de 19 anos, no último sábado (4), na favela Kelson's, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro, usavam câmeras operacionais portáteis nos uniformes. Segundo a PM, as imagens estão sendo analisadas pela Corregedoria Geral da Polícia Militar.
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O jovem morreu com um tiro de fuzil. O corpo de Alex foi enterrado nesta segunda-feira (6) no cemitério de Irajá, na zona norte. Policiais do 16º BPM (Olaria) que participaram da ação disseram que a equipe foi atacada a tiros na comunidade e houve confronto. Ainda de acordo com os agentes, foram apreendidas drogas, um simulacro de pistola e dois rádios comunicadores.
Amigos e familiares de Alex contestam a versão da polícia. Eles afirmam que não houve tiroteio e o jovem não tinha envolvimento com o tráfico. Ao portal G1, o pai disse que o tiro partiu da polícia e vai "lutar até o fim para que a morte do filho não fiquei impune".
Segundo a família, Alex iria se formar no ensino médio este ano e sonhava em ser jogador de futebol profissional. Ele era conhecido como Atacante, em referência à posição no time de futebol da comunidade.
"[Foi] uma morte de uma pessoa inocente, um garoto que joga bola. O que fizeram com ele foi covardia. Foi covardia dar um tiro nas costas do garoto e falar que o garoto estava armado, que estava com droga", relatou uma moradora.
Em nota, a corporação afirma que os policiais envolvidos foram ouvidos e um procedimento apuratório vai averiguar as circunstâncias do fato. Após a morte, houve protesto e a base policial da comunidade foi incendiada.
"Os militares tentaram socorrer o indivíduo, mas, neste momento, populares atiraram pedras e outros objetos na equipe, que foi atacada novamente por criminosos armados. Em seguida, um homem socorreu o indivíduo ferido ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, mas ele não resistiu", disse a PM.
A Polícia Civil informou que o caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).
Edição: Clívia Mesquita