"Os desastres climáticos no Rio de Janeiro têm CPF e têm cor", afirma a convocatória para a atividade da Greve Global pelo Clima deste ano, que na capital fluminense, acontece nas comunidades do Jacarezinho e Manguinhos, na zona Norte da cidade, na próxima sexta-feira (3). Com o tema "Chega de enchentes", o ato destaca as consequências da emergência climática nas favelas cariocas.
A concentração para o ato está marcada para às 9h na quadra da escola de samba Unidos do Jacarezinho, na avenida Dom Hélder Câmara, 2233. De lá, os participantes vão caminhar até a comunidade vizinha, Manguinhos, registrando a situação nos territórios e ouvindo os moradores sobre os impactos das enchentes.
Leia mais: Adolescente morre de leptospirose após contaminação em enchentes de São Gonçalo (RJ)
Além de alertar a população para as mudanças climáticas, a atividade vai entregar uma carta-manifesto à pPrefeitura do Rio cobrando ações preventivas contra enchentes.
"A cidade do Rio de Janeiro está completamente vulnerabilizada diante dos eventos extremos, em especial as comunidades de baixa renda. O racismo ambiental produz drama e tragédia principalmente, entre pessoas pretas, mulheres e crianças que vivem nos territórios mais expostos aos efeitos provocados pelas mudanças climáticas", enfatiza o texto da carta.
O documento também questiona o poder público municipal sobre políticas públicas que precisam sair do papel, obras de reconstrução e gestão de risco diante de desastres como ocorreu nas chuvas de 5 a 11 de fevereiro, que causaram mortes e deslizamentos de encosta.
Por fim, a carta solicita uma audiência pública com a Secretaria Municipal de Ambiente e Clima e destaca seis pontos de reivindicação como saneamento, dragagem de rios e canais, proteção de encostas, e respostas sobre o relatório da CPI das Enchentes de 2019 com mais de 100 recomendações.
Diversas entidades e coletivos de favelas se uniram pela Greve Global pelo Clima neste ano. No Rio, a atividade é organizada pela Coalizão Pelo Clima, Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Socioambiental, FASE, Cebes, Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc), Rede Favela Sustentável, Rede de Vigilância Popular em Saneamento e Saúde e Conferência Livre Estadual de Meio Ambiente e Agricultura do RJ.
Fonte: BdF Rio de Janeiro
Edição: Clívia Mesquita