PIB de 2022

Economia cresce 2,9% em 2022, mas desacelera no fim do governo Bolsonaro

Produção nacional caiu no último trimestre de 2022 ante ao trimestre anterior

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |

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O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país
O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país - Agência Brasil

A produção da economia brasileira cresceu 2,9% em 2022. O crescimento foi registrado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou nesta quinta-feira (2) o Produto Interno Bruto (PIB) do ano passado.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país. Ele é um dos principais indicadores sobre a situação de uma economia.

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Segundo o IBGE, em 2022, houve crescimento da atividade econômica no país no setor de serviços (4,2%) e na indústria (1,6%). Por outro lado, houve queda na agropecuária (-1,7%).

“A soja, principal produto da lavoura brasileira, com estimativa de queda de produção de 11,4%, foi quem mais puxou o resultado da agropecuária para baixo, sendo impactada por efeitos climáticos”, disse Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.

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O PIB totalizou R$ 9,9 trilhões em 2022. O PIB per capita –produção por  habitante– chegou a R$ 46,1 mil, um avanço de 2,2% ante o ano anterior.

A taxa de investimento da economia brasileira em 2022 foi de 18,8% do PIB. Isso é um pouco menos do que em 2021 (18,9%).

Desaceleração

Em 2021, também segundo o IBGE, a economia brasileira cresceu 5%. O resultado havia sido puxado pela reabertura da economia pós-pandemia. Em 2022, a atividade continuou crescendo, porém num ritmo menor.

E esse ritmo perdeu força no final do ano. No último trimestre de 2022, a produção brasileira caiu 0,2% ante ao trimestre anterior. A indústria teve a maior participação nesta queda.

“A economia está ‘andando de lado’ após ser estimulada artificialmente por medidas tomadas pelo governo Bolsonaro antes da eleição”, explicou o economista André Roncaglia, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

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“O que a gente espera é o agravamento das condições financeiras das empresas e das famílias, que já estão muito endividadas”, complementou. “Isso também é um efeito da taxa de juros elevada por muito tempo.”

Hoje a taxa básica de juros da economia, a Selic está 13,75% ao ano. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem criticado o Banco Central por conta disso.

Edição: Rodrigo Durão Coelho