O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) pediu explicações sobre a venda pela CCR Barcas da antiga Estação Cantareira, no bairro de São Domingo, em Niterói, na região metropolitana, para um sócio da própria concessionária. A negociação foi feita em 2013 e o valor foi considerado abaixo do valor de mercado.
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Um documento ao qual o telejornal Bom dia Rio, da TV Globo, teve acesso mostra que o valor da venda foi de R$ 2 milhões, mas, na época, o imóvel estava avaliado em R$ 8 milhões. A Estação Cantareira fazia parte dos bens da Companhia de Navegação do Estado do Rio de Janeiro (Conerj), empresa pública que operava o serviço das barcas antes da privatização.
O empresário Amaury de Andrade, que morreu no ano passado e foi o responsável pela compra da Estação Cantareira, era dono da empresa de ônibus 1001, que detinha 20% das ações da CCR Barcas.
No ano passado, a Prefeitura de Niterói desapropriou o espaço para a construção de um centro cultural e investiu mais de R$ 20 milhões em recursos dos cofres públicos no município.
O Ministério Público informou que a negociação poderá ser cancelada caso o contrato adicional do governo do estado com a CCR Barcas para explorar o serviço por mais um ano, renovável por mais um ano, não seja aprovado pelo MP-RJ e pela Justiça do Rio de Janeiro.
O contrato da CCR Barcas com o governo estadual se encerrou no dia 11 de fevereiro. O governador Cláudio Castro, junto à agência reguladora de transporte público do estado, a Agetransp, aceitaram pagar quase R$ 1 bilhão à concessionária. Mas o Ministério Público questiona os valores e pede explicações aos envolvidos na negociação do contrato.
Na semana passada, a CCR Barcas informou que só tem dinheiro em caixa para funcionar até a próxima sexta-feira (3).
Em reportagem do Brasil de Fato, o deputado estadual Flavio Serafini (Psol), que vem acompanhando de perto a questão afirmou que o maior responsável pela situação atual é o governador Cláudio Castro (PL), que não preparou um plano emergencial apesar de todos os avisos da CCR de que não pretendia renovar o contrato. Segundo o parlamentar, agora o governo do estado cede a chantagens da empresa.
Edição: Eduardo Miranda