Um adolescente morreu na última quinta-feira (23) de leptospirose, após ter sua casa inundada pelas fortes chuvas que atingiram o município de São Gonçalo, na Baixada Fluminense, no dia 13 de fevereiro. Guilherme Valentim, de 15 anos, ficou três dias internado em estado grave, após ter sido diagnosticado com a doença.
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No dia da chuva, o adolescente havia ajudado a mãe a tirar a água que entrou em casa, no bairro de Vila Lage. Dias depois, Guilherme começou a sentir dores de cabeça intensas, febre, vômito e diarreia. Ele estava internado no Pronto-Socorro Central de São Gonçalo e teve falência dos órgãos.
Em entrevista ao jornal O Dia, a mãe de Guilherme, Andréa de Souza Silva, contou que levou o adolescente tinha sintomas que oscilavam, mas que na quarta-feira passada ele já não conseguia levantar a cama e que no fim do dia o jovem sentia muitas dores nas pernas. No hospital, ele começou a ficar com os olhos amarelos e a ter diversas hemorragias já no CTI.
"Ele já estava com muita falta de ar e o coração muito acelerado e eu não podia ficar com ele, a médica disse que quando foi 19h, ele começou a piorar, o pulmão dele ficou cheio de sangue, e ele começou a ter hemorragias, e não conseguiram mais, fizeram de tudo, mas não conseguiram salvar meu menino", disse a mãe de Guilherme.
A ONG Projeto Luz, onde Guilherme estudava, disse que o jovem tinha o sonho de ser jogador de futebol, era responsável, competente e habilidoso. "Muito querido pelos alunos e colaboradores do nosso Instituto. Foi uma honra receber você, Guilherme, em nossas tardes, se dedicando aos treinos e participando com alegria e comprometimento dos nossos eventos", disse a ONG.
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A transmissão da leptospirose ocorre, principalmente, através do contato com a água ou lama de enchentes contaminadas com urina de animais portadores, sobretudo os ratos. A penetração da Leptospira no corpo, através da pele, é facilitada pela presença de algum ferimento ou arranhão. Também pode ser transmitida por ingestão de água ou alimentos contaminados.
Segundo a Fiocruz, a população deve evitar o contato com água ou lama que possam estar contaminados pela urina de rato. Pessoas que trabalham na limpeza de lama, entulhos e desentupimento de esgoto devem usar botas e luvas de borracha.
Medidas ligadas ao meio ambiente, tais como o controle de roedores, obras de saneamento básico (abastecimento de água, lixo e esgoto) e melhorias nas habitações humanas também ajudam na prevenção.
Edição: Eduardo Miranda