A Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou nesta quinta-feira (23) uma resolução exigindo o fim da guerra na Ucrânia. A votação na Assembleia-Geral da entidade teve 141 votos a favor, sete contra e 33 abstenções.
Ao contrário da posição assumida desde o início do conflito, o Brasil abandonou a neutralidade e votou pelo fim da guerra. Entre os países 33 que se abstiveram, estão outros membros dos Brics: China, Índia e África do Sul. Muitas nações da Ásia e África também optaram pela neutralidade.
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Os que votaram contra a resolução foram Rússia, Belarus, Síria, Coreia do Norte, Nicarágua, Mali e Eritreia.
O texto da resolução demanda a retirada imediata das tropas russas, condena as "nefastas consequências humanitárias" e assume o compromisso de promover a paz na região. A resolução não é obrigatória, mas ocorre às vésperas do aniversário de um ano do conflito, em meio ao aumento das tensões diplomáticas.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse recentemente que se retirava do acordo para controle de armas nucleares.
Proposta brasileira
O embaixador russo para a ONU, Vassili Nebenzia, criticou a iniciativa como parcial e acusou a Otan (a aliança militar do Ocidente) de inflamar o conflito, comparando-o com a Segunda Guerra Mundial.
"Assim como há 80 anos, essa é uma guerra que envolve inimigos poderosos que desejam nos controlar e subjugar. Tanques alemães vão novamente matar russos", disse, se referindo aos tanques da Alemanha que vários países europeus prometeram enviar para a Ucrânia.
O número de civis mortos ou feridos no conflito é estimado em 40 mil. O Brasil recentemente enviou uma proposta para mediar uma resolução para a guerra.
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O vice-ministro de Relações Exteriores russo, Mikhail Galuzin, comentou que "tomamos nota das declarações do presidente do Brasil sobre o tema de uma possível mediação, a fim de encontrar caminhos políticos para evitar a escalada na Ucrânia, corrigindo erros de cálculo no campo da segurança internacional com base no multilateralismo e considerando os interesses de todos os atores".
"Estamos examinando as iniciativas, principalmente do ponto de vista da política equilibrada do Brasil e, claro, levando em consideração a situação no terreno", concluiu.
Edição: Rodrigo Durão Coelho