Na última terça-feira (21), o entregador de aplicativo Yuri Moraes de Araújo, de 21 anos, sofreu agressões quando fazia uma entrega em um condomínio em Campo Grande, zona Oeste do Rio de Janeiro. O jovem levou um tapa na cara do policial penal Alex Ramos Cabral, de 43 anos, após se recusar a subir no apartamento.
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Toda a agressão foi filmada por Yuri. "Tá pensando que tá falando com quem, #@!%&? Tu tá sentado aqui embaixo um tempão, rapá! Tu não recebe essa #@!%& pra subir lá?", disse o homem nas imagens.
O rapaz responde que, segundo a política do IFood, o entregador não é obrigado a subir até o apartamento dos clientes. Na sequência, o agente penitenciário acerta um tapa na cabeça de Yuri que pede o código de segurança para entregar a encomenda.
Em depoimento à polícia, o jovem disse que Alex já havia mostrado estar armado antes da agressão. O rapaz foi até o endereço do agente penitenciário realizar uma entrega da plataforma IFood. O caso foi registrado na 35ª DP (Campo Grande).
"Espero que isso não se repita mais, nem comigo nem com ninguém. Ninguém precisa passar por isso. Desrespeitoso, que eu achei. É triste. Sou trabalhador, trabalho de dia, de noite, não precisava passar por isso", lamentou ele em entrevista à TV Globo.
Antes de chegar ao condomínio, Yuri disse que o homem já gritava da janela para ele subir. Ao perceber que o policial estava exaltado, ele decidiu não subir. O agressor teria ficado irritado por ter que descer para buscar o lanche.
Alex Ramos Cabral confessou que bateu no jovem. "Eu tomei uma atitude até desnecessária e dei uma tapa nele, após ser desrespeitado", disse em depoimento. O agente pediu dois sorvetes e afirmou que "o entregador não quis subir, se sentou na portaria e minha encomenda derretendo".
O IFood baniu Alex da plataforma após a agressão. Em nota, a empresa reafirmou que não existe obrigatoriedade para realizar a entrega diretamente no apartamento do cliente. "Descer para buscar o pedido é uma das formas que podemos adotar no dia a dia para demonstrar respeito aos entregadores", diz o texto.
O caso gerou revolta nos motoboys da região que realizaram uma manifestação no condomínio onde o agente mora na zona oeste. Colegas, mototaxistas e moradores aderiram ao protesto em solidariedade a vítima e fizeram um "buzinaço" na última terça.
Edição: Clívia Mesquita