Com o número de mortos após o terremoto que atingiu Turquia e Síria no dia 6 ainda subindo, autoridades turcas se movimentam para investigar a qualidade da construção dos prédios que desabaram no país. Os números de vítimas fatais atualizados nesta segunda feira (13) são de 31.643 mortes na Turquia e outras 5.714 vidas perdidas na Síria.
Em 1999, outro terremoto de grandes proporções atingiu a Turquia, causando mais de 17 mil mortes. Após o incidente, o país reformulou sua legislação para tornar suas construções mais resistentes contra os sismos que atingem o país. Há questionamentos, todavia, se governo e empresas cumpriram essas novas regras de seu código de construções.
O vice-presidente da Turquia, Fuat Oktay, afirmou no sábado (11) que 131 suspeitos foram levantados por possíveis crimes e que ordens de prisão foram emitidas contra 113 pessoas. "Vamos acompanhar isso meticulosamente até que o processo judicial necessário seja concluído, especialmente para edifícios que sofreram danos pesados e edifícios que causaram mortes e feridos", disse Oktay.
O Ministério da Justiça também anunciou que está coletando amostras de prédios que colapsaram para investigar a qualidade das construções.
"Este é um desastre causado por uma construção de má qualidade, não por um terremoto", disse David Alexander, professor de planejamento de emergência da University College London, em entrevista para a agência de notícias Associated Press.
Ainda de acordo com a Associated Press, o governo do presidente turco Recep Tayyip Erdogan fez um acordo com as construtoras do país pouco antes da última eleição parlamentar do país, em 2018, para garantir anistia às empresas que violaram o código de construções do país. Por meio de uma multa, as construtoras poderiam regularizar sua situação.
A Associated Press afirma que uma investigação do próprio governo em 2018 concluiu que mais da metade das construções da Turquia, cerca de 13 milhões de apartamentos, não cumpria com as regras de construção do país.
Edição: Arturo Hartmann