Os alertas de desmatamento na Amazônia Legal em janeiro deste ano caíram 61% em relação ao mesmo mês de 2022. Os dados são do sistema Deter, do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgados nesta sexta-feira (10).
Em janeiro de 2023, esses alertas totalizaram 167 km², a quarta menor área já registrada no mês desde 2015, quando começou a série histórica do Deter. Em janeiro do ano passado, a taxa foi de 430 km².
A taxa pode sofrer ajustes após a consolidação dos dados, já que a nebulosidade neste período do ano pode tornar o monitoramento dos alertas menos preciso. O índice do primeiro mês de 2023 está acima apenas das taxas registradas em 2017 (58 km²), 2019 (136 km²) e 2021 (83 km²).
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Entre dezembro e março, a Amazônia vive a estação chuvosa, o que dificulta a ocorrência de queimadas. Mesmo assim, o período de chuvas de 2022 registrou recordes de desmatamento, contrariando a tendência que predomina no bioma.
Especialistas ouvidos pelo Brasil de Fato atribuíram o aumento histórico do desmatamento no último ano à expectativa de que a troca de comando no governo federal pudesse desfavorecer o crime ambiental na Amazônia.
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Ao contrário do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu fazer cumprir a legislação ambiental brasileira e lançar as bases para zerar o desmatamento em todos os biomas brasileiros até 2030.
“Nós já temos um desmatamento, que vem do outro governo, de mais de 6 mil quilômetros quadrados (km²), isso é o que vem do governo do presidente Bolsonaro", afirmou a ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva.
"A partir de janeiro de 2023, [o desmatamento] é da nossa responsabilidade. Mas há uma taxa de desmatamento já acumulada do governo anterior e nós vamos fazer de tudo para que essa curva possa baixar”, declarou a ministra à Agência Brasil.
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A primeira reunião da Comissão Interministerial Permanente de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas no Brasil (PPCD) foi realizada na quarta-feira (10). No encontro, autoridades definiram a estrutura do programa.
O governo Lula enfrenta ainda a herança da invasão garimpeira na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. Nesta sexta-feira (10), a Polícia Federal deu início a Operação Libertação, que começou a destruir o maquinário usado na atividade ilegal dentro do território indígena.
Edição: Vivian Virissimo