Um dos principais nomes do modernismo brasileiro, o pintor Di Cavalcanti recebeu uma homenagem póstuma da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) na última segunda-feira (30). A entrega da Medalha Tiradentes, maior honraria da Alerj, foi proposta pelo presidente da Casa, deputado André Ceciliano (PT), e entregue a Elizabeth Di Cavalcanti, filha do artista.
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A cerimônia aconteceu no saguão da sede da Alerj, onde há uma exposição permanente com reproduções de algumas obras do pintor, que fazem parte do acervo Funarj/Coleção Banerj. O pintor, desenhista e muralista morreu aos 79 anos, em 26 de outubro de 1976.
"A vida dele era rodeada de amor. Meu pai era um grande contador de história e por isso suas telas retratam com afinco a vida pulsante do Rio de Janeiro. Em 2006, pouco antes da minha mãe falecer, prometi a ela que colocaria o nome do meu pai novamente em destaque e tenho lutado por isso. Receber essa homenagem e ver as obras dele nesse saguão é um grande presente e o resultado desse esforço", afirmou Elizabeth, filha única do artista.
Para o presidente da Alerj, poder exibir obras desse porte no prédio da Alerj é um presente para o Parlamento Fluminense e para os cidadãos cariocas.
"Elizabeth autorizou a reprodução das obras expostas aqui e nos honra muito ter quadros como ‘Gente da Ilha (1963)’ e 'Brasil em Quatro Fases’ na nossa sede. Essa é uma justa homenagem que realizamos a um artista que tem toda a nossa admiração e sempre elevou o nome do nosso estado no Brasil e no mundo”, disse Ceciliano.
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O parlamentar ainda repudiou os ataques de 8 de janeiro às sedes dos Três Poderes, em Brasília, quando foram destruídas inúmeras obras de arte, inclusive, a pintura 'A Mulata', de Di Cavalcanti. A tela foi alvo de sete perfurações que provocaram rasgos visíveis.
Com nove mil obras produzidas ao longo de sua vida, o carioca Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque foi o idealizador da Semana de Arte Moderna de 1922, sendo um artista reconhecido internacionalmente. Ao longo dos anos, Di Cavalcanti morou em São Paulo e na Europa, onde conheceu artistas como Pablo Picasso e Henri Matisse, que influenciaram o seu estilo.
Mas, segundo o presidente da Fundação de Artes do Estado do Rio de Janeiro (Funarj), Jorge Roberto Gifford, Di Cavalcanti nunca se esqueceu do Rio. “Era um carioca de alma. Suas obras refletem a diversidade de seus moradores e a alegria dessa cidade”, disse Gifford.
Edição: Eduardo Miranda