Rio de Janeiro

ARTES PLÁSTICAS

Com obra alvo de vandalismo no dia 8, Di Cavalcanti recebe homenagem póstuma na Alerj

Tela "A Mulata", que está no Palácio do Planalto, teve sete perfurações que provocaram rasgos visíveis

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
alerj di cavalcanti
Filha única do artista, Elizabeth Di Cavalcanti recebeu a homenagem em nome do modernista - Rafael Wallace/Alerj

Um dos principais nomes do modernismo brasileiro, o pintor Di Cavalcanti recebeu uma homenagem póstuma da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) na última segunda-feira (30). A entrega da Medalha Tiradentes, maior honraria da Alerj, foi proposta pelo presidente da Casa, deputado André Ceciliano (PT), e entregue a Elizabeth Di Cavalcanti, filha do artista.

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A cerimônia aconteceu no saguão da sede da Alerj, onde há uma exposição permanente com reproduções de algumas obras do pintor, que fazem parte do acervo Funarj/Coleção Banerj. O pintor, desenhista e muralista morreu aos 79 anos, em 26 de outubro de 1976.

 "A vida dele era rodeada de amor. Meu pai era um grande contador de história e por isso suas telas retratam com afinco a vida pulsante do Rio de Janeiro. Em 2006, pouco antes da minha mãe falecer, prometi a ela que colocaria o nome do meu pai novamente em destaque e tenho lutado por isso. Receber essa homenagem e ver as obras dele nesse saguão é um grande presente e o resultado desse esforço", afirmou Elizabeth, filha única do artista.

Para o presidente da Alerj, poder exibir obras desse porte no prédio da Alerj é um presente para o Parlamento Fluminense e para os cidadãos cariocas.

"Elizabeth autorizou a reprodução das obras expostas aqui e nos honra muito ter quadros como ‘Gente da Ilha (1963)’ e 'Brasil em Quatro Fases’ na nossa sede. Essa é uma justa homenagem que realizamos a um artista que tem toda a nossa admiração e sempre elevou o nome do nosso estado no Brasil e no mundo”, disse Ceciliano.

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O parlamentar ainda repudiou os ataques de 8 de janeiro às sedes dos Três Poderes, em Brasília, quando foram destruídas inúmeras obras de arte, inclusive, a pintura 'A Mulata', de Di Cavalcanti. A tela foi alvo de sete perfurações que provocaram rasgos visíveis.

Com nove mil obras produzidas ao longo de sua vida, o carioca Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque foi o idealizador da Semana de Arte Moderna de 1922, sendo um artista reconhecido internacionalmente. Ao longo dos anos, Di Cavalcanti morou em São Paulo e na Europa, onde conheceu artistas como Pablo Picasso e Henri Matisse, que influenciaram o seu estilo.

Mas, segundo o presidente da Fundação de Artes do Estado do Rio de Janeiro (Funarj), Jorge Roberto Gifford, Di Cavalcanti nunca se esqueceu do Rio. “Era um carioca de alma. Suas obras refletem a diversidade de seus moradores e a alegria dessa cidade”, disse Gifford.

Edição: Eduardo Miranda