Na noite da última quarta-feira (25), uma criança morreu baleada na porta de casa, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Rafaelly da Rocha Vieira tinha completado 10 anos na última semana e a família estava preparando uma comemoração para o próximo sábado (28) em um sítio.
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A menina foi socorrida em uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) mas não resistiu a lesão por arma de fogo. "Ela teve parada cardiorrespiratória e todas as tentativas de salvamento foram realizadas, mas infelizmente, sem sucesso. A criança chegou viva à unidade, porém não resistiu aos ferimentos", informou a Secretaria de Saúde de São João de Meriti.
Em entrevista à TV Globo, a madrinha de Rafaelly contou que a família não mora em área de risco e que a menina foi até o portão de casa brincar com outras crianças que estavam na rua. Por volta das 19h30 ela foi vítima de uma bala perdida na altura do tórax.
“Pedir que a Justiça seja feita não vai fazer diferença, não vai trazer a minha afilhada de volta. Todos os dias estamos enterrando crianças no nosso estado. Parem de normalizar o uso de armas. Parem de achar que é normal crianças morrerem todos os dias. Não é normal”, disse Elza Alaíde Menezes.
De acordo com moradores, homens encapuzados invadiram a Rua Doutor Monteiro de Barros e fizeram disparos de fuzil a esmo. A localidade fica na esquina de uma das vias mais movimentadas de São João de Meriti. Na manhã desta quinta-feira (26), moradores queimaram pedaços de madeira e pneus em protesto pela morte da criança.
“A gente acha que só vai acontecer na família do próximo. A gente acha que só vai ver na televisão. E, nesse exato momento, o corpo da minha afilhada está no IML com um tiro de fuzil. Ela morreu, com dez anos de idade, com um tiro de fuzil. Ninguém merece passar por isso, ainda mais uma criança”, completou a madrinha de Rafaelly.
*Com informações do G1
Edição: Clívia Mesquita