Dando sequência à ação para desaparelhar o governo federal de militares bolsonaristas, o governo do presidente Lula demitiu nesta terça-feira (24) o general Carlos José Russo Assumpção Penteado da secretaria-executiva do Gabinete de Segurança Institucional, o GSI.
General Penteado, como é conhecido, foi levado ao GSI em julho de 2021 e atuava como braço direito do general Augusto Heleno, ministro-chefe do GSI no governo Jair Bolsonaro (PL).
No lugar dele, assume o general Ricardo José Nigri, que será o secretário-executivo do GSI, agora sob o comando do general da reserva Gonçalves Dias, de extrema confiança de Lula.
A troca acontece em meio a estudos para mudanças no GSI. Lula pretende esvaziar o órgão de militares e, ainda, vincular a Agência Brasileira de Informação (Abin) à Presidência da República.
A Abin funciona vinculada à estrutura do GSI desde o governo Michel Temer (MDB), quando o general Sergio Etchegoyen comandou o gabinete e iniciou o aparelhamento por militares.
Trocas na Funai
Lula também promoveu uma devassa na Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), que havia sido aparelhada por quadros ligados a ruralistas durante a presidência do delegado Marcelo Xavier, colocado no cargo por Bolsonaro.
Impactado pelo genocídio Yanomami promovido pelo antecessor, Lula demitiu 33 coordenadores da Funais e exonerou outros 4 servidores que atuavam na coordenação do órgão.
Também foram exonerados cinco cargos como assessores da presidência e o chefe de gabinete da fundação, assim como o diretor do Museu do Índio e o corregedor da Funai.
As demissões começaram na segunda-feira (23), após Lula voltar da terra indígena Yanomami e demitir 11 chefes distritais da Secretaria de Saúde Indígena do Ministério da Saúde. Entre eles está Marcio Sidney Sousa Cavalcante, coordenador de Saúde Indígena do leste de Roraima, onde está a terra Yanomami.